"Queremos em 90 dias, a curto prazo, desenvolver ações para que tenhamos resultados melhores do que os apresentados nos últimos dias", disse o prefeito, que tomou posse do cargo há menos de duas semanas. Para colocar o projeto em prática, Mendes afirmou que vão ser necessários, além dos quase R$ 500 milhões por ano, mais R$ 10 milhões, que, segundo ele, serão provenientes de recursos próprios e de repasses dos governos estadual e federal.
O secretário de Saúde do município, Kamil Fares, que explanou as metas para os primeiros três meses de gestão, enfatizou que o aumento do repasse será discutido com o Ministério da Saúde e com o governo do estado, já que 30% dos pacientes atendidos pelo Pronto-Socorro da capital são do interior. "A maioria desses pacientes vem a Cuiabá para tratar de câncer e então não é justo que o município arque sozinho com esse custo", avaliou.
De acordo com o secretário, a saúde pública passa por um período de calamidade. "Isso é uma doença, já não é mais uma gripe, porque muitos estão morrendo por falta de atendimento. Esse plano é para amenizar o sofrimento e evitar o óbito", disse. Ele enfatizou que Cuiabá possui uma deficiência de leitos, mas o problema se agrava mais por em razão da falta de organização e melhor aproveitamento dos recursos, tanto que o plano prevê a transferência de pacientes com doenças crônicas para hospitais conveniados. "No Pronto-Socorro, o custo de um paciente é de R$ 2 mil por dia e esse mesmo paciente pode nos custar R$ 200 por dia", enfatizou Kamil Fares.
Além disso, os pacientes que encontram-se na fila com cirurgia pré-agendada devem ser encaminhados para casa ou unidades de saúde conveniadas e só voltar ao hospital na data da cirurgia. Hoje, o problema, conforme o secretário, é que o Pronto-Socorro da capital encontra-se lotado e as policlínicas estão sem médico. No entanto, quando tiver médico nas policlínicas, os moradores devem buscar atendimento nas unidade e evitar a superlotação do Pronto-Socorro.
Entre as medidas também estão previstas a reforma da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátria do Pronto-Socorro; conclusão da obra de construção da UTI adulto em 45 dias; bem como a regularização do pagamento de benefícios atrasados e de plantões extras aos servidores da saúde; formalização de termos de cooperação técnica com duas faculdades de medicina do estado para contar com o apoio de professores, residentes e alunos; acabar com a fila de espera por exames de ultrassonografia ginecológica, que conta com mais de 3.500 mulheres, além da implantação do serviço de segurança nas policlínicas.
A intenção é contar com policiais militares nas unidades de saúde para evitar qualquer conflito de pacientes com servidores e médicos. "Não queremos agredir ninguém, mas garantir a segurança nas unidades", pontuou o secretário. Para isso, deve ser firmada uma parceria com a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) para que os PMs possam trabalhar para o município durante os dias de folga. Também será solicitado que a função seja exercida por policiais aposentados.
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