Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Domingo - 26 de Fevereiro de 2006 às 09:10
Por: Marcondes Maciel

    Imprimir


Depois da euforia com a chegada dos carros bicombustíveis no mercado, há cerca de dois anos, a decepção para àqueles que apostaram no álcool como a alternativa mais econômica na hora de abastecer. Os preços do combustível, que chegaram a apresentar vantagens comparativas em relação aos custos da gasolina na bomba, agora voltaram aos patamares de anos anteriores, quando ninguém queria ouvir falar em carros movidos a álcool.

Para se ter uma idéia, de janeiro de 2003 a dezembro de 2005, o preço do álcool hidratado nas destilarias teve reajuste médio de 15,76% e de 36,21% na boca do tanque. Da porteira para fora da unidade produtora e até chegar ao posto, houve um reajuste de 20%. No mesmo período, o reajuste da gasolina nos postos foi menor , em torno de 15,41%.

O autor desse levantamento – feito com base nos preços praticados nos últimos três anos – o economista José Adriano da Silva, não entende por que a gasolina ficou no mesmo valor e o álcool teve alta na bomba, provocando um desequilíbrio na relação de preço entre os dois combustíveis.

A pesquisa apontando que o álcool subiu 15% em um período de três anos para o produtor e, de mais de 35% para o consumidor, é apenas um indicador de quanto os preços foram majorados na bomba.

Na opinião de Adriano, é apenas uma questão de mercado. “Não dá para se comparar uma situação pontual de preço. É preciso trabalhar com preços médios recebidos pela unidade produtora porque o que conta é o dinheiro que entra no caixa da empresa. O que se sabe é que no intervalo ou no caminho entre a saída da usina e a chegada ao consumidor, o custo alto é agregado”.

Seja qual for a explicação, uma coisa é certa: o álcool já deixa de apresentar vantagens sobre a gasolina.

Nos postos revendedores de Cuiabá, o litro do álcool está sendo vendido por até R$ 2,06, enquanto a gasolina pode ser encontrada a R$ 2,93.

“A se manter a situação atual, com os preços nestes patamares, é preferível abastecer com gasolina”, diz o advogado José Eduardo Batista da Silva, proprietário de um carro bicombustível. “Já fiz a base do consumo entre os dois combustível e cheguei à conclusão de que abastecer com álcool deixou de ser vantajoso”.

Ele encheu o tanque do carro – um Fox ano 2005 – e percorreu cerca de 400 quilômetros com 50 litros de álcool, tendo pago R$ 2,05 pelo litro do combustível e desembolsado R$ 102,50. Duas semanas depois, ele abasteceu o carro com gasolina e, após percorrer os mesmos 400 quilômetros, fez o cálculo e constatou ter consumido 28,5 litros, o equivalente a R$ 84,36, considerando o preço de R$ 2,96 por litro. A diferença foi de R$ 18,14, economia que lhe permitiria abastecer mais 6,19 litros de gasolina nos preços atuais médios adotados na Capital, de 2,93.

Na opinião do economista e assessor técnico da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vitor Timo Ribeiro, de fato, o álcool não é a melhor alternativa para os proprietários de carros bicombustíveis. “O álcool consome bem mais, além de ter uma explosão menor, o que acaba refletindo no desempenho do veículo”. Ele diz que em um horizonte próximo, caso o governo implante uma política para o álcool, abastecer com etanol poderá vir a ser um bom negócio. “Por enquanto a gasolina é a melhor opção”.





Fonte: Gazeta Digital

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/316563/visualizar/