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Internacional
Terça - 21 de Fevereiro de 2006 às 11:54

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O presidente palestino, Mahmoud Abbas, pedirá na terça-feira ao Hamas para que forme um novo governo palestino e para que siga sua agenda de paz. Mas o grupo militante já disse que as negociações com o Estado judaico seriam uma perda de tempo.

Diante da ameaça de uma crise financeira depois de Israel ter interrompido a transferência mensal dos impostos que arrecada em nome da Autoridade Palestina, o principal líder político do Hamas, Khaled Meshaal, disse que o Irã desempenharia um papel de maior destaque nas questões palestinas.

Autoridades norte-americanas e israelenses mostraram-se preocupadas com a influência do Irã na região. Os EUA e Israel consideram o país islâmico uma ameaça para a segurança mundial e sua participação tornaria ainda mais improvável a retomada de negociações de paz durante um governo do Hamas.

Em declarações dadas em Teerã antes de um encontro entre Abbas e o candidato a primeiro-ministro do grupo, Ismail Haniyeh, Meshaal disse: "As negociações com Israel são uma perda de tempo enquanto não houver negociações sobre a retirada da Palestina."

O Estado judaico também se recusou a conversar com o Hamas, cujos estatutos defendem a destruição de Israel.

Os EUA e a União Européia (UE) ameaçaram congelar toda a ajuda enviada para um governo liderado pelo Hamas, com exceção da ajuda humanitária, se o grupo não renunciar à violência e não reconhecer o direito de Israel de existir.

O Hamas respondeu indo procurar ajuda no Irã e em outros países.

Diretrizes do novo governo Abbas vai se encontrar com Haniyeh às 18h (13h, horário de Brasília) a fim de apresentar-lhe uma carta autorizando-o formalmente a montar um governo, disseram assessores do presidente.

O dirigente palestino também deve apresentar as diretrizes a serem seguidas pelo futuro governo do Hamas. Entre essas diretrizes estaria a obrigação do grupo militante a aderir aos acordos interinos de paz firmados com Israel.

Alguns analistas palestinos previram uma crise constitucional se o Hamas continuar a rejeitar a agenda de paz de Abbas. O grupo não deu sinais de que cederá, mas os dois lados parecem dispostos a evitar uma confrontação.

O grupo militante derrotou a tradicional facção Fatah, de Abbas, nas eleições parlamentares de 25 de janeiro com uma plataforma de combate à corrupção na Autoridade Palestina.

O Hamas realizou quase 60 atentados suicidas em Israel desde o começo do atual levante palestino, em 2000. Mas aderiu a um cessar-fogo selado por Abbas e por líderes israelenses um ano atrás.

Depois de o presidente dar o sinal verde a Haniyeh, um dirigente do Hamas considerado pragmático por muitos palestinos, ele terá cinco semanas para formar um novo governo.

Em uma tentativa de isolar o Hamas, Israel suspendeu no domingo a transferência de impostos para a Autoridade Palestina.

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, convocou os países islâmicos a dar apoio financeiro a um governo palestino liderado pelo Hamas.

Na segunda-feira, a Rússia também disse estar "pronta, a princípio", para oferecer uma ajuda de emergência aos palestinos.

A região recebe por ano cerca de 1 bilhão de dólares em ajuda, e a Autoridade Palestina precisa de cerca de 100 milhões de dólares todo mês para continuar funcionando.





Fonte: Reuters

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