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Economia
Quinta - 16 de Fevereiro de 2006 às 08:12

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Cerca de 40 sojicultores mato-grossenses prejudicados com o uso do Stratego, fungicida da Bayer aplicado na prevenção da ferrugem da soja, aguardam o ressarcimento dos prejuízos sofridos na safra 2003/2004. O número equivale ao universo de agricultores filiados à Associação de Produtores Lesados pelo Uso do Stratego (Aplus). A maior parte dos sojicultores já ingressaram com ações na justiça para pedir a reparação das perdas. Em um dos casos o pedido de indenização chega a R$ 40 milhões.

A Aplus também congrega produtores rurais de Mato Grosso do Sul, Bahia, Goiás e Minas Gerais. Um levantamento preliminar aponta que existem cerca de 16 processos contra a Bayer no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. O advogado que representa 12 produtores lesados no Estado, Flávio Alexandre Bertin, frisa que podem existir outras ações de pequenos produtores contra as revendas do produto. Neste caso a Bayer não aparece como ré no processo.

Somente os produtores que compravam acima de 6 mil litros do produto efetuaram a negociação diretamente com a fabricante. As aquisições em menor escala eram feitas por intermédio dos representantes da marca. No Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul existem 5 ações contra a Bayer devido à suposta ineficiência do Stratego.

O sojicultor de Campo Novo do Parecis Lauro Diavan briga por uma indenização de R$ 40 milhões. Ele conta que os prejuízos com a quebra da safra ante a proliferação da ferrugem, mesmo depois da aplicação do fungicida, somam R$ 10 milhões. A média de produtividade caiu de 56 sacas por hectare para apenas 30 sacas, acarretando perda geral de 312 mil sacas de soja. Na safra 2003/2004 o agricultor plantou 12 mil hectares da oleaginosa. Ele possui ainda uma dívida de R$ 2,5 milhões proveniente da aquisição de 7 mil litros de Stratego.

Diavan conta que este ano a dívida foi protestada pela Bayer. O agricultor teve que recorrer à Justiça para não ter o nome incluído nos cadastros de inadimplentes. O advogado analisa que o sojicultor não deve pagar "por um produto ineficaz". Diavan estima ainda prejuízos indiretos na ordem de R$ 30 milhões com o fungicida. O valor inclui débitos que não foram honrados em função da redução na produtividade da lavoura, acrescidos de multas e juros.





Fonte: Gazeta Digital

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