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Economia
Domingo - 05 de Fevereiro de 2006 às 08:14

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Cerca de 10% da soja cultivada na safra 2005/2006 em Mato Grosso é transgênica, com a utilização de sementes geneticamente modificadas. A estimativa é da Associação de Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), que aponta o plantio de 570 mil hectares de variedades transgênicas no conjunto de 5,7 milhões de hectares de área da oleaginosa. O dado é um verdadeiro salto em relação à safra anterior, de 1.195%, quando 44 mil hectares de soja transgênica foram plantados oficialmente.

O avanço na área de variedades transgênicas é motivado pela perspectiva de redução nos custos fixos de produção, projetada em cerca de 10%. O agricultor Moacir Tomazetti, de Primavera do Leste, afirma que a economia projetada com a tecnologia é de 3 ou 4 sacas por hectare. Pela cotação de hoje, de R$ 20 a saca, a margem de redução irá poupar R$ 60 a R$ 80 do bolso do produtor ao final da colheita, contra o custo de produção de R$ 1,133 mil (US$ 510,79 com cotação a R$ 2,22).

Com uma lavoura de 2,5 mil hectares, Tomazetti optou na safra 2005/2006 por plantar 80% de soja transgênica. Ele explica que os demais 20%, cerca de 500 hectares, estão sendo cultivados com a semente tradicional, resistente ao nematóide da soja, o que não ocorre com a modificada. A praga, sem controle por agroquímicos, afeta diretamente as raízes da planta e causa quebra na produtividade. "Temos que trabalhar com a tradicional para a produção de sementes. Quando a transgênica resistente ao nematóide entrar no mercado deveremos plantar toda a lavoura com ela".

O presidente da Aprosoja, Rui Ottoni Prado, afirma que em algumas regiões do Estado a utilização chega a 30% da lavoura. Mas em Primavera do Leste, o Sindicato Rural aponta que 45% a 50% da área de 260 mil hectares de soja foi plantada com sementes transgênicas. "Muitos produtores na região já estão optando por 100% de transgênico", ressalta o presidente da entidade, José Nardes.

Ele explica que embora a produtividade seja semelhante na comparação com variedades tradicionais, a soja transgênica demanda menor aplicação de defensivos por ser mais resistente a diversas pragas e doenças. "A convencional chega a exigir 50% a mais de herbicida na aplicação. Isso também significa mais gastos com óleo diesel e uma margem de lucro mais achatada"





Fonte: Gazeta Digital

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