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Economia
Quarta - 01 de Fevereiro de 2006 às 19:00

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Rio de Janeiro - Credores privados da Varig não pretendem trocar seus créditos por participação acionária na companhia, apesar da alternativa constar de seu plano de reorganização societária e saneamento financeiro. Quem garante o desinteresse é um representante de um credor, que pediu para não ser identificado. Segundo ele, a empresa não oferece nenhuma garantia de retorno do investimento. O tema deverá ser discutido amanhã em reunião entre os credores não estatais da Varig.

"Acho muito difícil (trocar crédito por ações). A Varig não tem ativos. Todos os aviões são arrendados e a empresa tem uma dívida enorme. Está sobrevivendo hoje por meio de um mandado judicial", afirma a fonte, referindo-se ao processo de recuperação judicial da companhia. Segundo ela, credores privados querem apenas resgatar seu dinheiro "e ir para casa".

Hoje, às 12 horas, venceu o prazo para os credores entregarem sugestões ao plano de reestruturação, que deverá ser concluído até o próximo dia 7, segundo o sócio-diretor da ASM Asset Management, Antônio Luís de Mello e Souza. A empresa é a gestora de recursos que está elaborando o projeto em parceria com os donos de crédito da Varig.



FIPs O plano da Varig está fundamentado em Fundos de Investimentos em Participações (FIPs). A idéia é criar um FIP controle que abrigará as ações das empresas em recuperação judicial (Varig, Rio Sul e Nordeste) para que credores e investidores possam ter participações acionárias. Outros três FIPs, batizados de crédito, serão criados para que os donos de crédito possam adquirir cotas, que posteriormente podem ser trocadas por ações no FIP controle.

De acordo com a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, os trabalhadores da Varig pertencentes aos sindicatos do setor terão a opção de converter individualmente seus créditos em ações no FIP controle. Não haverá, portanto, uma posição conjunta.

Graziella está em Brasília desde ontem. Ela confirma a falta de interesse por parte dos credores em participar do plano de reestruturação e tenta sensibilizar autoridades da necessidade do chamado encontro de contas. É o que o governo deve à Varig pelo período de congelamento de tarifas entre os anos 80 e 90 e o que a companhia deve ao governo. Estima-se que as quantias são similares, em torno de R$ 4,5 bilhões. "Se não tiver essa alternativa, dificilmente algum investidor entrará (no plano de reestruturação)", afirma.



Liminar A Volo do Brasil, subsidiária do fundo de investimentos americano Matlin Patterson, prepara uma ação para recorrer da liminar que suspendeu a negociação em que comprou a VarigLog (logística e carga) da portuguesa TAP, obtida na segunda-feira pela Docas Investimentos, do empresário Nelson Tanure.




Fonte: Agência Estado

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