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Saúde
Segunda - 30 de Janeiro de 2006 às 15:12

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Em 2006, foram notificados 4.562 casos de dengue, o que representa uma redução de 66,3% em relação ao mesmo período de 2005, quando houve a notificação de 13.540 casos. Os dados apontam uma tendência positiva, resultado da parceria do governo federal com as secretarias estaduais e municipais de Saúde e com a sociedade. O sucesso dessa parceria é fundamental para afastar o risco de repetição de uma epidemia nos moldes da ocorrida em 2002, quando foram registrados 94.211 casos de dengue.

Os estados com maior redução do número de casos são: Acre (- 97,95%), Bahia (- 95,52%), Amazonas (- 91,86%), Ceará (- 89,68%) e São Paulo (- 87,19%). Apenas quatro estados apresentaram crescimento no número de casos em relação ao mesmo período do ano passado: Distrito Federal (55,56%), Rio de Janeiro (41,44%), Mato Grosso do Sul (34,88%) e Goiás (22,04).

Mesmo com os resultados animadores, o Ministério da Saúde intensificou as ações de apoio aos municípios que apresentam maior risco de surtos de dengue para reduzir ainda mais a doença. O objetivo é detectar rapidamente os locais de intensificação da transmissão da doença.

A campanha de mobilização social continua. Sem a contribuição e o esforço da população, o Brasil não conseguirá conter a doença, já que cerca de 90% dos focos do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, estão dentro dos domicílios.

Em 2005, o Ministério da Saúde repassou aos estados e municípios cerca de R$ 700 milhões para vigilância epidemiológica. "Cerca de 70% desses recursos foram investidos em ações de combate à dengue. O trabalho de combate ao Aedes aegypti, entretanto, exige um trabalho conjunto. A prefeitura tem que fiscalizar cemitérios, parques e praças e a sociedade tem que ser mobilizada para que tome consciência do risco e faça sua parte nos trabalhos", diz o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa.

O papel da população na prevenção da dengue é fundamental e exige alguns cuidados simples. É preciso evitar o acúmulo de água parada, que são os locais propícios para a reprodução do mosquito Aedes aegypti. É importante eliminar resíduo de água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d'água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras.

Outra medida importante para evitar a disseminação da doença é procurar orientação médica assim que surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais da dengue podem ser confundidas com outras doenças, como febre amarela, malária ou leptospirose.

O doente pode apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo ou náuseas. O aparecimento de manchas vermelhas na pele, sangramentos (nariz e gengivas), dor abdominal intensa e contínua, além de vômitos persistentes, podem indicar a evolução para dengue hemorrágica. Esse é um quadro grave que necessita de imediata atenção médica, pois pode ser fatal.

Quem contrair dengue deve ingerir muito líquido, como água, sucos, chás e soros caseiros. Não devem ser usados medicamentos à base de ácido acetil salicílico e antiinflamatórios, como aspirina e AAS, pois podem aumentar o risco de hemorragias.

PICOS EPIDÊMICOS

Os casos de dengue ocorrem principalmente entre os meses de janeiro e maio, pelas condições climáticas favoráveis ao mosquito Aedes aegypti,. Mas o ovo que um mosquito colocou em um copinho de plástico no verão passado pode permanecer latente até a chegada das chuvas no verão seguinte. Desde 1986, quando a doença foi introduzida no país, em todos os anos há registro de casos de dengue com a ocorrência de vários picos epidêmicos durante esse período, relacionados com a chegada de um novo subtipo do vírus da dengue.

Na década de 90, mesmo em anos não epidêmicos, a doença registra uma ocorrência de dezenas de milhares de casos por ano. O último pico epidêmico ocorreu em 2002, em decorrência da introdução do DEN-3, tendo sido registrados 794 mil casos, a maioria deles no Rio de Janeiro. Nos anos seguintes, a dispersão do DEN-3 para os demais estados do país proporcionou o surgimento de surtos e epidemias, mas sem atingir os níveis de 2002. No ano passado, foram registrados 203.789 casos, sendo as regiões mais acometidas o Nordeste (94.069) e o Norte (41.063).

A campanha publicitária que o Ministério da Saúde montou para esclarecer e mobilizar a população sobre as ações que cada família deve realizar para evitar criadouros do mosquito em casa já está sendo novamente veiculada em rádios e televisões.





Fonte: Diário de Cuiabá

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