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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Segunda - 30 de Janeiro de 2006 às 14:13

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: Especialistas alertam que a construção de duas fábricas de celulose no Uruguai provocará danos variados ao meio-ambiente na região que abrange um rio limítrofe com a Argentina, mas a empresa finlandesa Botnia defende a tecnologia utilizada e afirma que está de acordo com as normas oficiais e as da UE. Em meio a uma acirrada disputa política entre os governos de centro-esquerda da Argentina e do Uruguai pela instalação das fábricas de celulose, especialistas e a empresa não conseguem chegar a um consenso. Os trabalhos da comissão técnica bilateral terminam nesta segunda-feira.

Héctor Sejenovich, membro da parte argentina da comissão bilateral, sustentou que não se discute se o empreendimento da Botnia e da espanhola Ence na cidade uruguaia de Fray Bentos "será poluente, mas os efeitos da contaminação".

"Devido à enorme produção de 1,5 milhão de toneladas anuais, deve-se calcular a capacidade de absorção do rio Uruguai, que é muito baixa, inclusive em relação aos rios da Prata e Paraná, e isso favorece a disseminação de dioxinas (substância química tóxica)", disse Sejenovich, professor de Ciências Sociais e Ambiente na Universidade de Buenos Aires.

"Como saber qual a quantidade de dioxina suficiente para provocar câncer? Com o vento, o produto pode se depositar na grama que o gado come e ser transmitida ao ser humano?", perguntou.

Sejenovich criticou tanto a tecnologia "Livre de Cloro Elementar" (ECF, em inglês), que será usada pela Botnia, quanto a do "Totalmente Livre de Cloro" (TCF), defendida pelo grupo ecológico Greenpeace: "Nenhuma assegura a não geração de dioxinas", disse, afirmando que "é possível criar uma nova tecnologia".

As fábricas serão instaladas a cerca de 7 km de Fray Bentos e a 27 da argentina Gualeguaychú, onde nesta sexta-feira acontece um novo bloqueio na ponte que une as duas cidades, em protesto contra a localização das fábricas.





Fonte: AFP

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