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Saúde
Sexta - 27 de Janeiro de 2006 às 07:24

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Doença esquecida, a lepra ainda afeta cerca de 400 mil pessoas por ano no mundo, lembram os especialistas por ocasião do 53º Dia Mundial dos Portadores de Hanseníase, a ser celebrado neste domingo.

Se não for tratada com antecedência, a lepra pode provocar lesões progressivas e permanentes da pele, mas também uma paralisia dos nervos, dos olhos e dos membros. "Entre 10% e 30% dos casos são constatados quando já apresentam sintomas da doença", lamenta o médico Pierre Bobin, da Associação dos Leprologistas de Língua Francesa (ALLF).

Os progressos alcançados permitiram fazer recusar a doença no mundo, mas Bobin teme "uma desmobilização" e "o risco de constatar um retorno da doença nos dez próximos anos se o reflexo de diagnosticá-la se perder".

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 407.791 novos casos foram detectados em 2004 em 114 países. Ao comparar os números mundiais desde 2001 (763.262 novos casos), observa-se uma tendência à diminuição do número de casos detectados. Em 2004, esse número diminuiu de 107.000 (-21%) em relação a 2003.

"Essa redução se deve quase exclusivamente à diminuição do número de casos na Índia, que atingiu 22,4% entre 2002 e 2003 e 29% entre 2003 e 2004", destaca Bobin. Ao contrário, entre 2003 e 2004, nas regiões África e Américas, os números se mantiveram estáveis, nota o especialista. No entanto, em novembro passado, a OMS revelou uma redução de 38% do número de doentes no mundo em 2005, segundo dados provisórios.

A duração do período de incubação, de dois a cinco anos em média mas que pode chegar a 20 anos ou mais antes que apareçam os primeiros sintomas - manchas que deixam a pele sem sensibilidade -, exige a maior vigilância.

A lepra segue sendo um problema de saúde pública em nove países que têm mais de um caso entre 10 mil habitantes: Índia, Brasil, República Democrática do Congo, Tanzânia, Nepal, Moçambique, Madagascar, Angola e República Centro-Africana. Esses países representam cerca de 84% dos casos detectados em 2004 e 74% dos doentes registrados em 2005.




Fonte: AFP

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