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Sexta - 20 de Janeiro de 2006 às 13:03

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“É a primeira vez que uma universidade tem a oportunidade de ter professores índios contando a própria história, dando a própria versão para os fatos históricos, a partir de suas visões cosmológicas" .Foi assim que Elias Januário, coordenador do 3ºGrau Indígena, definiu este momento de apresentação de monografias dos alunos da primeira turma do projeto.

Desenvolvido pela Universidade do Estado de Mato Grosso, Unemat, em Barra do Bugres, em parceira com a Secretaria de Educação do Estado, Fundação Nacional do Índio, Funai, e prefeitura municipal, o 3º Grau Indígena é pioneiro na América Latina na oferta da formação superior, especifica e diferenciada de professores indígenas.

Contando com duas turmas, a primeira já em fase de conclusão, o projeto contempla 44 etnias de 10 estados brasileiros. Nessa semana, cerca de 50 acadêmicos realizaram a defesa pública de seus trabalhos de conclusão de curso na área de Língua, Arte e Literatura.

Os trabalhos apresentados em formato de monografias são resultados dos projetos de pesquisa desenvolvidos pelos professores – índios no decorrer da graduação. A revitalização da língua materna; significados e simbologias das pinturas; os cantos e tradições das diferentes etnias indígenas brasileiras foram alguns dos temas abordados pelos acadêmicos.

Sandra Florinse Aroe apresentou as pinturas faciais do povo bororo. Para a acadêmica, o trabalho é uma contribuição para sua comunidade “Desde o inicio venho buscando um trabalho que resulte em uma coisa boa para minha comunidade”, relatou a acadêmica, que planeja a organização de um livro sobre o tema de sua monografia.

Para a índia paresi Francisca Novantino, do Conselho Nacional de Educação(CNE/MEC), o momento além de propiciar a sistematização dos conhecimentos adquiridos pelos alunos na graduação é um espaço para o exercício como pesquisador. “Os alunos estão demonstrando suas habilidades para registrar tudo aquilo que eles vivenciaram dentro do mundo acadêmico como também o que eles trouxeram como membro de uma etnia, um grupo social diferenciado”, afirmou

A conselheira acredita que a partir do 3º Grau indígena a Unemat se consolida também como uma referencia na produção cientifica no campo da educação escolar indígena. “Estamos presenciamos aqui vários trabalhos feitos no âmbito da iniciação cientifica de muita importância dentro de uma área que ninguém explorou até o momento que é a educação escolar indígena e os povos indígenas e seus conhecimentos tradicionais.”

Para Elias Januário, o momento da apresentação das monografias se revela em uma grande oportunidade.” Os alunos estão trazendo para a Universidade uma grande quantidade de conhecimentos empíricos dos povos indígenas que é do domínio das comunidades e que pela primeira vez está sendo tratado e discutido dentro do espaço universitário”.

Divididos em três etapas, as apresentações de monografias segue a partir do dia 23, com a socialização dos trabalhos de pesquisas de autoria dos acadêmicos do 3º grau indígena na área das ciências sociais.




Fonte: Secom - MT

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