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Politica Brasil
Quinta - 19 de Janeiro de 2006 às 15:49

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A CUT e a Força Sindical descartam fazer um acordo com o governo caso não haja avanços na proposta já apresentada de reajustar o salário mínimo para R$ 350 a partir de maio e corrigir a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física em 7%.

"Se o governo disser que não dá para mudar, hoje não haverá acordo", disse João Felício, presidente da CUT, na chegada à sede do Ministério do Trabalho, onde se reunirá com os ministros Luiz Marinho (Trabalho), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência) e Carlos Gabbas (interino da Previdência) Antonio Palocci (Fazenda) tinha participação prevista, mas cancelou.

"Estamos no limite. Não dá para aceitar o que o governo quer", disse o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, que já afirma que vai se esforçar para derrubar o valor do novo mínimo no Congresso se o governo bater o martelo sem fechar um acordo com as centrais.

As centrais defendem o reajuste do mínimo para R$ 350 a partir de março ou para R$ 360 a partir de maio. Também querem a correção da tabela do IR em 10% e não aceitam separar sua negociação do mínimo, como planeja o governo.

Segundo Felício, a CUT quer negociar as duas coisas como um "pacote" que incluiria também uma política permanente de recomposição do mínimo. O sindicalista só admitiu ceder ao governo caso haja um avanço em algum desses três pontos.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (ligado à CUT), José Lopez Feijóo, afirmou que aceitaria um acordo com o governo se houver a correção de 8% para a tabela de IR.

Já Paulinho afirmou que o índice mínimo de reajuste da tabela deve ser de 8,6%. Segundo ele, muitas categorias que têm negociado o reajuste salarial anual têm obtido aumentos entre 8% e 9%. Portanto, sem a correção de 8,6%, alguns trabalhadores hoje isentos do IR poderiam passar a pagá-lo.

Por sua vez, o relator do Orçamento 2006, deputado Carlito Merss (PT-SC), sugeriu reajustar o mínimo para R$ 350 a partir de abril. Ele admitiu, no entanto, que mesmo a receita extra de R$ 1 bilhão necessária para essa solução intermediária ainda não está garantida.

Reivindicações

No início das negociações, as centrais sindicais cobravam do governo um reajuste do mínimo para R$ 400 e a correção da tabela em 13%. Mais tarde, reduziram a reivindicação para R$ 360 de mínimo e 10% de correção de IR. Na última semana aceitaram baixar o reajuste do mínimo para R$ 350 desde que o reajuste fosse antecipado de maio para março.

Mas o governo informou que que o custo dessa antecipação seria de R$ 2 bilhões, o que inviabilizaria o atendimento de todas as reivindicações. A partir daí, o governo que não fez concessões desde que começaram as conversas começou a sinalizar que só haveria acordo com redução do mínimo, manutenção do reajuste em maio ou desvinculação desse reajuste da correção da tabela de IR.





Fonte: Primeira Hora

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