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Cultura
Terça - 17 de Janeiro de 2006 às 07:46

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Uma das novidades que a 13ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá trará para o público é a nova categoria de Videoclipes. A idéia é promover a interdisciplinaridade de dois segmentos culturais no estado – audiovisual e música – fomentando a formação de quadros para o audiovisual em MT, assim como, promovendo a cultura da difusão dos trabalhos dos artistas e grupos musicais de Mato Grosso, através da linguagem audiovisual, conforme avaliou o produtor do Festival, Luiz Borges.

De acordo com ele, o videoclipe é uma peça fundamental de divulgação dos trabalhos de realizadores musicais em todo o País. Frente à questão, “a função dessa categoria nesse momento é educativa, didática. Mas não pretensiosa”, revelou. “É fundamental o registro da imagem, pois isso agrega valores ao produto e repercute em outras cadeias produtivas”, completou.

Com o crescimento do cenário musical em Cuiabá, a expectativa é que pelo menos dez trabalhos sejam inscritos até o dia 15 de março, prazo especial para inscrições de trabalhos na categoria videoclipes mato-grossenses. As inscrições para as demais categorias do Festival encerram-se no dia 31 de janeiro, conforme regulamento disponível no site www.cinemaevideocuiaba.org . Do total de clipes inscritos, cinco serão selecionados para exibição, sendo um em cada noite da mostra.

Os videoclipes também passarão pelo crivo do Júri Oficial, e serão exibidos na Mostra Competitiva, que acontecerá de 24 a 29 de abril de 2006. O primeiro colocado receberá o troféu Coxiponé. “Será levado em consideração o resultado final, a originalidade e a criatividade em transmitir a idéia da música através de imagens”, explicou Borges.

Leituras – A proposta visa englobar as múltiplas vertentes do setor musical. Um exemplo é o de música clássica, que já possui pelo menos um videoclipe da Orquestra de Câmara do Estado – regida pelo maestro Leandro Carvalho – que foi gravado em meados do ano passado.

Conforme o maestro, há muitas dificuldades em se realizar videoclipes no segmento de música clássica no estado em virtude da necessidade de uma equipe especializada para a produção do trabalho. "A captação, a amplificação e a qualidade do som são itens fundamentais para a produção de um trabalho audiovisual. A nova categoria sem dúvida estimulará a produção aqui no estado”, avaliou.

No campo da música sertaneja, um dos conjuntos mais bem sucedidos do estado - o trio Dois a Um - está há sete anos na estrada e ainda não tem um clipe gravado. O grupo gravou recentemente um DVD e segundo um dos vocalistas, Beto, há uma pré-produção para a gravação de um videoclipe. “Hoje se grava de forma amadora. Essa nova categoria é fundamental, pois fará com que as pessoas se preocupem e se interessem mais pelo assunto. E isso eleva a qualidade dos trabalhos”, avaliou, adiantando que futuramente pretende inscrever um clipe do trio no Festival.

Do mesmo modo, para o setor do rock , o produtor do Festival Calango, Pablo Capilé, acredita que a nova categoria oxigenará os dois segmentos da cultura envolvidos: o audiovisual e o segmento musical, já que “a música independente vem crescendo no Estado e já começa a pensar na produção de videoclipes".

Para o vocalista do Grupo Folclórico Renovação – que toca siriri –, Éder Rodrigues de Amorim, a nova categoria será um trampolim para a cultura regional. Éder revelou que algumas cidades do interior como Tangará da Serra, Sinop e Campo Verde dos Parecis já ouviram falar em siriri, mas nunca haviam tido contato. “O interessante é poder levar a nossa cultura para o resto do país e para o interior do próprio Estado”, disse.

O cantor solo e presidente da Associação do Rasqueado Cuiabano Mato-grossense, João Elói, que passeia pelo rasqueado e pelo rock, informou que possui cinco videoclipes e que pretende inscrever um deles no Festival. “Essa é uma oportunidade rara, pois agrega muito valor junto ao público”, disse. Elói também acredita que a categoria pode funcionar como uma forte ferramenta de divulgação da cultura mato-grossense.

"O que queremos mesmo é essa diversidade, promover o fomento da produção em todos os sub-segmentos da música, desde o rasqueado, cururu e siriri, passando pelo rock, música clássica e outros”, pontuou Luiz Borges.

Setor de Audiovisual – Desde a 9ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá existe a categoria Vídeos do Mato, que dá visibilidade aos trabalhos não selecionados para a mostra competitiva, assim como forma novos quadros para o cinema no estado. Nomes conceituados no audiovisual hoje, como Bruno Bini, Rômulo Flagra, Júlio Bedin, e outros, já tiveram seus trabalhos exibidos na categoria.

Para a nova categoria a expectativa é a mesma, conforme constatou o videomaker e diretor da Associação Mato-grossense do Audiovisual (AMAV), Leonardo Sant´Ana. "Ninguém produz videoclipes hoje. Agora terão motivos para produzir”, sintetizou, revelando também que ele mesmo inscreverá um trabalho de uma das bandas do cenário rock em Cuiabá.

Sobre a importância dessa produção, ele argumentou que o lado artístico de um videoclipe enriquece o trabalho de uma banda do ponto de vista estético, assim como o conteúdo e o significado das músicas. Já numa perspectiva comercial, complementou, o videoclipe virou uma importante ferramenta de promoção.

Posição semelhante compartilhou o produtor audiovisual da Abaeté Produções e baterista da banda Contingente Imigrante, Carlos Augusto dos Santos. Conforme ele, a nova categoria fomentará esse nicho audiovisual. “Quase ninguém se interessa pela área em Mato Grosso. Há poucos músicos com clipes feitos aqui”, completou.





Fonte: 24 Horas News

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