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Internacional
Terça - 13 de Dezembro de 2005 às 12:35

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O governo da Colômbia libertou do cárcere, neste domingo, o brasileiro Juan França Pinheiro, 29 anos, preso desde 2000 durante um cerco realizado pelo Exército daquele país a uma coluna da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Juan, que se diz ex-guerrilheiro, foi condenado a nove anos de prisão. Por bom comportamento, ele Pinheiro foi solto no domingo, mas não poderá deixar a Colômbia enquanto não ressarcir os custos carcerários gastos pelo governo colombiano com ele, que ultrapassam a R$ 9 mil.

O brasileiro é um dos poucos estrangeiros que, ao ser preso na Colômbia, não foi extraditado para seu país. O fato é criticado por sua mãe, Afra França Pinheiro, 47 anos, que acusa o governo brasileiro de ter discriminado o seu filho por ser pobre e morar em São Gabriel da Cachoeira, no Alto Rio Negro. Ela ainda tentou com que o Itamaraty se sensibilizasse com a situação de Juan por meio de uma ONG que atua no Amazonas e do deputado Luis Eduardo Greenhalgh.

''O Juan está morando na casa de um amigo, mas louco para voltar para casa'', disse a mãe do ex-guerrilheiro, garantindo que ele não voltará às FARC. Funcionária da prefeitura de São Gabriel da Cachoeira, Afra Pinheiro anunciou que está se mobilizando para tentar encontrar apoio nas autoridades ou de terceiros que ajudem a trazer seu filho de volta ao Brasil.

Na época em que foi preso, Juan Pinheiro foi acusado pelo Exército colombiano de ser o segurança pessoal do comandante das FARC no Leste da Colômbia, Leocádio Medina, mais conhecido como "Nego Medina", que na ocasião conseguiu se salvar da prisão. A prisão do chefe guerrilheiro era considerada então decisiva para desarticular a influência da guerrilha na fronteira da Colômbia com o Brasil, numa área de floresta densa em que os guerrilheiros dominam soberanos há mais de uma década.

Leocádio Medina é um dos dois chefes guerrilheiros das Farc incluídos na lista dos homens mais procurados pelo governo americano na América Latina. O ingresso de Juan Pinheiro nas Farc é um assunto considerado nebuloso. A mãe diz ter obtido do filho a confirmação de que os guerrilheiros apareceram uma vez no garimpo de San Felipe, a poucos quilômetros da fronteira brasileira e convidaram os garimpeiros a aderir à sua luta.

''O Juan era um garoto de 19 anos e foi envolvido por uma aventura armada, que ele achou bonita naquele momento, mas que não tinha nada a ver com sua vida e com sua realidade'', lamenta a mãe, acrescentando: ''Ele mesmo já se arrependeu há bastante tempo''.




Fonte: JB Online

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