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Nacional
Segunda - 12 de Dezembro de 2005 às 11:13

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O maestro Daniel Barenboim e o baixo René Pape foram muito aplaudidos na estréia de "Boris Godunov", baseada na obra homônima de Alexander Pushkin no Staastoper unter den Linden.

A opinião do público com a cenografia de Dmitri Tscherniakov não foi, ao contrário, unânime e o jovem dramaturgo russo teve que suportar ontem à noite vaias a ela, a primeira encenada no Ocidente.

Barenboim e Tscherniakov optaram após uma fase de reflexão pela primeira versão de "Boris Godunov" mesmo sabendo que isso acrescentaria um certo risco à empreitada, pois se trata da mais intensa e escura, a menos popular e melódica.

De fato, esta primeira versão, de 1869, foi rejeita pelo teatro imperial russo por considerá-la excessivamente política e obscurantista, por carecer dos elementos básicos do que se entendia ópera séria, ou seja de uma relação amorosa.

Mussorgsky revisou a ópera e produziu uma segunda versão em 1872, dividida em um prólogo e quatro atos com nove cenas, duas a mais que na primeira versão. As duas oferecem um retrato bastante diferente do czar Boris Godunov.

O dramaturgo russo, três vezes ganhador em seu país do prêmio "Máscara dourada", situou a trama na Moscou de 2012, oferecendo com isso uma visão pessimista do futuro político de seu país, das motivações de que exercem a política e da Igreja.

Tscherniakov acha o tempo das turbulências não concluiu e tenta mostrar ao auditório que a ambição de poder, a fraqueza dos déspotas, as intrigas e a manipulação ao povo foram e são uma constante na vida política russa.

A ópera, de duas horas e meia, é tratada como uma peça de teatro de Shakespeare, na qual a iluminação, de Wolfgan Goebbel, desempenha um importante papel.

A atuação de Pape foi excelente, como ator e como cantor, transformando o monólogo final, já enlouquecido, no momento mais emocionante e dramático deste "Boris Godunov", o último estréia deste ano..




Fonte: EFE

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