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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 08 de Dezembro de 2005 às 12:15

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Tóquio - O governo do Japão aprovou hoje a extensão por mais um ano da presença de suas Forças de Autodefesa no sul do Iraque, apesar de grande parte da população japonesa rejeitar a medida.

O plano aprovado hoje pelo Conselho de Ministros prolonga a permanência de cerca de 600 militares nipônicos estacionados na localidade de Samawa a partir do próximo dia 14, quando termina o atual prazo da missão, até 14 de dezembro de 2006.

No entanto, a medida admite a possibilidade de que as tropas japonesas sejam retiradas antes do fim do novo prazo, de acordo com a situação de segurança na região e as condições da força multinacional liderada pelos Estados Unidos no país.

As tropas japonesas chegaram ao Iraque no início de 2004, como parte do apoio aos Estados Unidos. Tóquio foi um dos principais aliados de Washington em sua campanha iraquiana.

Os soldados japoneses em Samawa dedicam-se a tarefas de reconstrução e não participam de ações armadas, proibidas pela Constituição pacifista japonesa, que o Governo de Koizumi pretende reformar a partir de 2006.

Por isso, a segurança do contingente japonês no Iraque depende das forças aliadas, inicialmente dos holandeses e, após a retirada destes, dos britânicos e australianos.

O primeiro-ministro japonês, Junichiro Koizumi, já indicou que é possível que a retirada das tropas ocorra no início do segundo semestre de 2006, quando as unidades britânicas e australianas deixarem Samawa.

Ao comunicar a decisão do Conselho de Ministros, Koizumi ressaltou hoje que, em comparação com outras áreas do Iraque, a região onde estão os soldados nipônicos "é mais segura".

Horas antes da aprovação formal da extensão da missão militar japonesa no Iraque, o Partido Liberal-Democrata (PLD) e seu aliado no Governo, o Novo Komeito, deram seu respaldo à permanência das tropas.

Os 600 militares japoneses participam da reparação de sistemas de energia, da limpeza de recursos hídricos, e prestam assistência sanitária a vários bairros de Samawa.

Além disso, no Kuwait, o Japão dispõe de outros 200 homens das forças aéreas e de três aviões de transporte militar C-130, encarregados de abastecer unidades das forças americanas e seus aliados no Iraque.

A oposição política japonesa manifestou sua rejeição à permanência dos militares no Iraque, à qual se opõe também boa parte da população japonesa.

O opositor Partido Democrático do Japão (AKP) questiona a legitimidade da Guerra do Iraque e considera que a presença das Forças de Autodefesa em Samawa não é mais útil para a população local, pois já foram concluídos os trabalhos de abastecimento de água corrente empreendidos pelos japoneses.

O missão japonesa no Iraque também foi muito criticada por vários setores da sociedade por ser o primeiro envio de tropas nipônicas a um cenário bélico desde a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Segundo pesquisa publicada recentemente pelo jornal Asahi, 69% dos japoneses se opõem à permanência das tropas de seu país no Iraque.

Entre os 22% que defenderam a permanência do contingente, 57% disseram que a manutenção das tropas no país árabe é uma contribuição importante à comunidade internacional.

Este é um dos argumentos utilizados pelo Governo para justificar a presença no Iraque. O Japão quer ter um papel de destaque na solução pacífica de conflitos por causa de sua meta de tornar-se um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.





Fonte: EFE

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