Ex-premier iraquiano pede desarmamento das milícias do país

O ex-primeiro-ministro do Iraque Iyad Allawi pediu hoje a seu sucessor, Ibrahim al-Jaafari, que desarme as milícias xiitas e curdas do país, além de fechar todos os campos secretos de detenção. "Se queremos que o Iraque recupere a estabilidade, a segurança e a unidade nacional, o Governo atual deve acabar imediatamente com as detenções indiscriminadas e desarmar os grupos armados ilegais, incluindo os pertencentes aos partidos da coalizão do Executivo", ressaltou.

Allawi fazia referência às milícias Al Badr, braço armado da Assembléia Suprema para a Revolução Islâmica no Iraque (ASRII), o mais importante partido político xiita; o "Exército Mehdi", liderado pelo clérigo radical xiita Muqatada al-Sadr, e os "peshmerga", milicianos curdos iraquianos.

Organizações sunitas iraquianas acusaram estes grupos armados de realizar seqüestros, assassinatos e detenções arbitrárias de dirigentes e membros de sua comunidade.

Por outro lado, as autoridades iraquianas anunciaram hoje a libertação de 238 presos em prisões administradas pelas tropas americanas.

Segundo um comunicado oficial, os prisioneiros foram libertados depois que suas causas fossem revisadas por parte de um conselho integrado por representantes dos Ministérios de Interior, Justiça, Direitos Humanos, e altos comandantes das forças da coalizão.

A nota lembra que, desde sua criação, em agosto, este conselho liberou mais de 12.300 presos.

Organizações de direitos humanos iraquianos e internacionais denunciaram várias vezes que a maioria dos presos iraquianos permanece detida à espera de julgamento, até mesmo sem acusação alguma.

A maior parte é de membros da comunidade árabe muçulmana sunita, à qual pertence a maioria dos insurgentes iraquianos.