Levantamento aponta 68 mil hectares a menos de soja em Primavera e Poxoréu

Após inúmeras tentativas de negociação que não deram em nada e a extrema dificuldade de credito, principalmente junto ao Banco do Brasil, os produtores rurais mudaram sua forma de atuação. Agora exigem por via judicial que o Governo Federal cumpra direitos garantidos no Estatuto da Terra e na Constituição Federal em seu artigo nº.187, onde está determinado que o país deva ter uma política agrícola clara e um preço mínimo para os produtos agrícolas.

Sem credito e com muitas dívidas, grande número de produtores deixaram de plantar soja nesta safra 2005/2006 e outros reduziram a lavoura plantando em áreas mais férteis e com maior poupança de adubo, gastando menos em tecnologia e reduzindo a utilização de fertilizantes, porém correndo o risco de diminuição da produtividade e com certeza tendo plantas mais sensíveis à ferrugem.

Um levantamento realizado pelo Sindicato Rural constatou que cerca de cinqüenta e cinco produtores de Primavera e Poxoréu, tradicionais cultivadores de soja, deixaram de plantar nesta safra 2005/2006, 68.285 hectares da oleaginosa, devido a falta de capital para investir em insumos e produtos agroquímicos para manutenção das lavouras.

Não apenas o produtor de soja deixou de plantar como também o cotonicultor reduzirá a sua área de plantio. Dados divulgados no site da ABRAPA demonstram que está previsto o plantio de 270 mil hectares de algodão nesta safra no estado de Mato Grosso (redução de 40%), sendo que na safra 2004/2005 foram cultivados 450 mil hectares.

O levantamento foi feito através de contato direto com os próprios agricultores que mencionaram as causas do não plantio, sendo a principal delas a descapitalização, e também quanto deixaram de plantar. Os dados serão encaminhados aos órgãos competentes para que sejam tomadas as medidas necessárias.