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Economia
Quarta - 07 de Dezembro de 2005 às 11:18

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O bombardeio à política econômica --intensificado nos últimos dias pelas críticas dos presidentes do BNDES, Guido Mantega, e da Petrobras, José Sérgio Gabrielli-- pode dificultar uma aceleração da queda na taxa de juros.

Na avaliação de integrantes da área econômica, os ataques reforçaram uma polarização no governo, explicitada primeiramente nas críticas da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de não desautorizar publicamente os autores das críticas, também não quer dar corda e elevar ainda mais as pressões contra a política econômica. Ele tem ouvido todas as reclamações --de parlamentares, empresários e ministros. Segundo interlocutores, até concorda com algumas delas. No entanto, tem dito que qualquer "reparo" deverá ser feito de acordo com Antonio Palocci.

O ministro da Fazenda ficou muito irritado com as declarações, especialmente de Mantega, e combinou que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, aproveitaria um evento público, ontem, para rebater as críticas. O discurso de Meirelles foi o mais duro de sua gestão. Ele e Palocci avaliaram que não dava para "deixar passar mais essa" para não abrir espaço a novas críticas.

Para eles, esse movimento por mudanças de rumo, iniciado pelos ataques de Dilma a um programa de ajuste de longo prazo, estava deixando o BC na defensiva. O maior medo é que a instituição perca a credibilidade no mercado, deteriorando as expectativas em relação à inflação.

Isso teria impacto indireto nos índices de preço, levando o BC a ser conservador num momento em que começa a reduzir os juros.

Mesmo que o comportamento dos preços seja favorável e que haja argumento técnico para uma redução mais agressiva dos juros, o BC pode ser mais conservador para evitar interpretações de que está cedendo a pressões políticas, colocando em dúvida a independência do banco para definir o nível dos juros no país.

Isso, segundo integrantes da equipe econômica, seria "um desastre", em especial porque a economia começará a sofrer os reflexos do debate eleitoral de 2006.





Fonte: Redação 24HorasNews

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