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Internacional
Segunda - 05 de Dezembro de 2005 às 11:41

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Os venezuelanos esperam hoje a confirmação oficial da vitória dos partidos pró-Governo nas eleições legislativas de domingo, favorecida pelo boicote eleitoral da oposição.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não apresentou um resultado global da consulta, embora as juntas regionais já tenham fornecido os resultados correspondentes a suas circunscrições.

O Movimento V República (MVR), partido do presidente Hugo Chávez, afirmou ter conseguido 114 cadeiras, e que as outras 53 foram conquistadas por partidos ou candidatos independentes "que compartilham de seu projeto de mudança".

A abstenção de 75% registrada no pleito foi o dado mais ressaltado pelos meios de comunicação privados e pelos representantes da oposição.

Os porta-vozes dos opositores asseguram que o mapa político venezuelano sofreu uma reviravolta radical e que uma importante percentagem dos que não votaram abandonaram o "chavismo" para se unir aos críticos.

Os representantes do Governo rejeitam esse enfoque e sustentam que ganharam as cadeiras da Assembléia Nacional com uma margem percentual maior do que a obtida em disputas eleitorais vencidas pela oposição.

Também lembram que nas últimas eleições, realizadas em agosto nos municípios, a abstenção foi de 69,18%, apesar da participação de todos os partidos.

Até agora nenhum líder opositor questionou a veracidade dos resultados, o funcionamento do sistema automatizado de votação nem o trabalho do CNE.

Mas, segundo a oposição, o novo Parlamento está "marcado pela ilegitimidade" porque não terá representantes dos partidos opositores, que se retiraram da disputa eleitoral.

O defensor público Germán Mundaráin rebateu essa tese e disse que a legitimidade da Assembléia não depende de que uma oposição minoritária decida participar ou retirar-se da eleição, mas de que a consulta cumpra os requisitos assinalados pela Constituição.

Todas as pesquisas anteriores ao pleito de domingo indicavam que o Governo ficaria com pelo menos 130 cadeiras da Assembléia, além de prever uma alta abstenção, que líderes opositores estimavam que seria superior a 80%.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Européia (UE), que observaram a eleição e analisaram o funcionamento do sistema automatizado de votação, indicaram que apresentarão nesta terça-feira um relatório preliminar sobre o processo.

Os novos legisladores tomarão posse no próximo dia 5 para um período de cinco anos, que termina em 4 de janeiro de 2010.

Será a primeira vez na história recente da Venezuela que uma corrente política terá todas as cadeiras do Parlamento. Isso dá início a uma etapa de incerteza nos trabalhos legislativos do país e na vida política venezuelana, embora permita a Chávez contar com um alto grau de independência, tendo a Constituição como único freio.

Cerca de 14,5 milhões de venezuelanos foram convocados às urnas para escolher os 167 parlamentares da Assembléia Nacional, 12 representantes do Parlamento Latino-Americano e cinco do Parlamento Andino.




Fonte: EFE

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