Estado de SP terá de pagar por erro em teste de HIV

São Paulo - O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que o governo do Estado deve pagar à empregada doméstica Lucinéia Batista Mateus, de 34 anos, indenização de 800 salários mínimos por um erro no exame de HIV, feito em 1997, com resultado fornecido pelo Instituto Adolfo Lutz.

Em 1995, Lucinéia trocou o Paraná por São José do Rio Preto. Dois anos depois, grávida de Lucas Wendel Mateus (hoje com 7 anos), em exame pré-natal, recebeu um diagnóstico de infecção pelo HIV. Ela teria tentado suicídio e aborto. Foi demitida. Diz ter vivenciado o afastamento de amigos e marido, além do preconceito. "Nenhum dinheiro no mundo paga o que eu passei. O Lucas teve de tomar muitos remédios, não foi bom para ele", lembra. "Senti o que é ser discriminada."

Quando o filho fez seis meses, Lucinéia refez o exame. Novo resultado: negativo. Um terceiro exame confirmou que ela não tinha o vírus. A ação corre desde então.

O Estado ainda pode recorrer da decisão. A Procuradoria-Geral do Estado informou que ainda não foi intimada oficialmente pela Justiça. Segundo seu advogado, Paulo Sérgio Santo André, o valor da indenização pode chegar a R$ 1 milhão.