Na Federal, Dorighelo cobra o PT

O economista Walther Dorighelo confirmou ontem ao delegado da Polícia Federal Renato Sayão que tem um crédito para receber do PT no valor de R$ 501 mil. Ele foi o último dos credores da campanha de Alexandre Cesar para prefeito a depor no inquérito que investiga prática de caixa 2 na campanha petista do ano passado. Agora só faltam ser ouvidas as pessoas que se responsabilizaram pelas dívidas não declaradas à Justiça Eleitoral.

Dorighelo prestou assessoria de marketing e plano estratégico ao então candidato Alexandre, que chegou a ir para o segundo turno com Wilson Santos (PSDB) na disputa pela Prefeitura de Cuiabá. O valor total do contrato, firmado apenas verbalmente, foi de R$ 900 mil. Uma parte foi paga, restando os R$ 501 mil a serem acertados. Por conta dessa dívida, o economista entrou com um processo de cobrança na Justiça do Trabalho. A primeira audiência aconteceu no mês passado e a próxima, para ouvir testemunhas, ficou marcada para abril do ano que vem.

Para Dorighelo, o depoimento de ontem na PF foi tranquilo. Ele reafirmou tudo que havia dito antes. "Não acrescentei nada, apenas relatei os fatos e não versões", frisou. O economista admitiu que é sempre um transtorno ter que se deslocar várias vezes de Natal (RN) a Cuiabá para tratar de assuntos relacionados a esse crédito com o PT. Entretanto, bem humorado, ponderou que gosta de Cuiabá, tem amigos aqui e não se incomoda de ter que vir à cidade.

Ele continua acreditando que vai receber o que lhe é de direito. Destacou que não teve mais qualquer contato com Alexandre ou outra pessoa do PT, mas juntou todas as provas e testemunhas que podia e considera inconteste o fato de que tem dinheiro a receber.

No geral, a dívida não contabilizada do PT que indica o uso de caixa 2 na campanha do ano passado é de aproximadamente R$ 3,5 milhões. Além dos R$ 964 mil que foram declarados à Justiça Eleitoral.