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Nacional
Quinta - 02 de Junho de 2005 às 09:31

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O uso de drogas entre os jovens brasileiros preocupa, mas está na média de consumo se comparado a outros países. A afirmação foi feita pelo diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas (Cebrid), Elisaldo Carlini, ao participar do programa Diálogo Brasil, nessa quarta-feira, que discutiu o assunto.

Carlini revelou que os resultados do V Levantamento Nacional sobre o consumo de drogas psicotrópicas, realizado pelo Cebrid entre os estudantes dos ensinos fundamental e médio da rede pública nas 27 capitais brasileiras, apontam que o mais preocupante é o uso de álcool e de solventes pelos jovens.

"A primeira grande preocupação é o consumo de álcool, 7% faziam uso pesado de álcool o que significa consumir álcool mais de 20 vezes por mês", afirma. O estudo revela ainda que a média etária em que acontece o primeiro contato dos jovens com as drogas é de 14 anos.

Para o vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Leandro Cerqueira, o problema das drogas entre os jovens está relacionado à falta de perspectivas. "Penso que o grande vilão é a questão social. Temos hoje uma juventude que não tem perspectiva, que não tem a oportunidade de seguir um caminho profissional". Cerqueira também defendeu que, em vez de pena, o usuário de drogas precisa é de tratamento de saúde adequado.

O secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação, Ricardo Henriques, afirmou que as escolas são um importante campo de discussão para prevenir o uso de drogas entre criança e adolescentes. Segundo ele, o que se busca é cada vez mais que professores, alunos e a comunidade participem da discussão. "É importante capacitar os professores para que saibam lidar com a questão sem tabus e preconceitos e sem estigmatizar os jovens". Henriques destacou a importância de dar voz aos jovens e transformá-los em interlocutores fundamentais para o processo.

Sem punição para os usuários A juíza de direito aposentada, Maria Lúcia Karam, defendeu a despenalização dos usuários. Para ela, os dispositivos criminalizadores que se referem ao porte de drogas para uso pessoal são inconstitucionais. Ela afirmou que o projeto que tramita hoje no Legislativo sobre a descriminação do usuário tem um discurso "falso" que encobre a criminalização. "O projeto diz que não é pena, mas não é verdade. Tem um artigo que propõe pena de advertência, prestação de serviços à comunidade, apenas não impõe prisão a simples posse para uso pessoal".





Fonte: Agência Brasil

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