Alunos do ensino noturno de VG jantam antes de entrar em sala de aula

A alimentação escolar em Várzea Grande chega ao ensino noturno. Desde o início desta semana, a merenda é servida a cerca de 2.300 alunos matriculados nas oito escolas municipais que oferecem a modalidade. A alimentação é uma verdadeira janta, com cardápio balanceado preparado por nutricionistas da Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC) de Várzea Grande.

A alimentação é custeada pelos cofres do município – o Programa Nacional de Alimentação Escolar, do Governo Federal, disponibiliza recursos para a merenda para o ensino diurno.

Segundo o secretário municipal de Educação e Cultura de Várzea Grande, prof° Elismar Bezerra, os alunos do ensino noturno têm especificidades que os diferenciam dos demais estudantes. “Em especial pelo fato de alguns estarem inseridos no mercado de trabalho”. Lembra que essas pessoas saem de casa para o trabalho e vão direto para a escola. Por serem trabalhadores de baixo poder aquisitivo não têm recursos para se alimentarem fora do serviço. Por isso, vão a escola sem jantar.

Na avaliação do secretário, essa falta de alimentação acaba influenciando na aprendizagem e, conseqüentemente, na qualidade do ensino. “Isso significa um elemento fomentador do abandono (dos estudos) desse aluno”.

No Centro Educacional “Prof° Oscar da Costa Ribeiro”, no bairro São Mateus, a alimentação escolar faz a diferença. Servida no horário da janta, ajudou a diminuir a evasão do ensino noturno. A escola atende 400 estudantes com idades acima de 15 anos, sendo a maior parte, trabalhadores que saem do serviço e não têm tempo de retornar para casa e se alimentar.

O ano letivo do ensino noturno começou há dois meses e a alimentação escolar, nesta semana. Mesmo assim, professores e alunos concordam que ela passou a ser um fator positivo.

"Tínhamos uma grande evasão. A partir dessa semana, com a informação de que iríamos servir comida antes das aulas, quase todos os alunos desistentes retornaram", comemorou a diretora da escola, Eva de Paula Vieira Santos. Segundo ela, os alunos estão satisfeitos. São poucos os alunos que não aparecem no refeitório para se servir.

Uma das estudantes, Maria Benedita do Espírito Santo, reafirma a importância da alimentação escolar. Trabalhando em Cuiabá, ela vem direto para a escola. Antes de entrar em sala de aula, passa no refeitório e se alimenta.

"A alimentação escolar ajuda quem trabalha. A gente entra na sala reforçada. Estou gostando", disse a estudante. Ela mora no bairro e retorna à pé para casa.

A aluna Terezinha Veríssima de Assunção concorda. "Antes, a gente chegava com fome. Agora não. A gente janta e vai estudar. Assim está bom. Outro ponto positivo destacado pelas estudantes é a comida variada.

Para o presidente do Conselho de Alimentação Escolar (CAE) de Várzea Grande, Hidelbrando de Araújo Souza, não há critério de horário para servir a alimentação escolar. Fica a critério de cada unidade educacional. "Servir merenda escolar para os alunos do ensino noturno é uma antiga reivindicação dos estudantes e que só agora está sendo colocada em prática", lembrou.