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Internacional
Sexta - 27 de Maio de 2005 às 09:18

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A França vive nesta sexta-feira o último dia de campanha antes do referendo de domingo sobre a adesão ou não a uma Constituição da União Européia. Os chefes de governo da Alemanha e da Espanha viajaram ao país para participar de manifestações a favor do voto pelo "sim". Os atos são organizados principalmente pelo Partido Socialista.

Apesar disso, importantes dissidentes socialistas vão se aliar aos comunistas e lideranças sindicais em Paris para tentar convencer os indecisos a rejeitar o tratado constitucional.

Na noite de quinta-feira, o presidente francês, Jacques Chirac, fez um apelo de última hora na TV em defesa da Constituição européia.

A mais recente pesquisa, do instituto TNS Sofres-Unilog, mostra que 54% dos eleitores que já decidiram seu voto devem optar pelo “não”, enquanto 46% preferem o “sim”.

Tentando reverter a tendência, Chirac pediu aos eleitores franceses que não encarem o referendo como uma avaliação do seu governo.

Ele disse que o voto se refere ao futuro, acrescentando que os europeus veriam a derrota do “sim” como um “não” dos franceses à Europa.

Zapatero e Schröder

Em Lille (norte), o líder socialista François Hollande terá como reforço no ato de campanha desta sexta-feira o primeiro-ministro da Espanha, Jose Luis Rodriguez Zapatero.

Em Toulouse, sudoeste da França, o chanceler alemão, Gerhard Schröder, participa de um evento semelhante.

A correspondente da BBC em Paris Caroline Wyatt afirma que os políticos estão longe de ter convicção de que serão capazes de influenciar a opinião pública, numa eleição que dividiu os franceses.

Os principais dissidentes socialistas, entre eles o ex-primeiro-ministro Laurent Fabius e o parlamentar Jean-Luc Melenchon, vêm convocando os eleitores a comparecer às urnas no domingo.

Melenchon estará ao lado de vários líderes de partidos de esquerda e sindicalistas numa passeata pelo "não" em Paris.

Simpatizantes da Frente Nacional, partido de extrema-direita encabeçado por Jean-Marie Le Pen, também se opõem à Constituição e devem sair às ruas parisienses.

Destino

“No domingo, cada um de vocês terá em suas mãos parte do destino da França”, disse Chirac na TV.

Segundo ele, é preciso ter em mente o que realmente está em jogo no referendo.

“A decisão que temos em nossas mãos vai além das divisões políticas tradicionais”, disse o presidente francês. “Não é nem sobre a direita nem sobre a esquerda. Não é uma questão de dizer ‘sim’ ou ‘não’ ao governo”, continuou. “É uma questão sobre o seu futuro, o de seus filhos, o futuro da França, o futuro da Europa.”

A França é o segundo país europeu a realizar um referendo sobre a Constituição – na Espanha, o "sim" a favor da Carta venceu, e o Parlamento ratificou.

Na quarta-feira da semana que vem, a Holanda também submete o tratado à aprovação pública. Assim como na França, as pesquisas indicam que a maioria dos holandeses planeja votar "não".





Fonte: BBC Brasil

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