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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 23 de Maio de 2005 às 10:44

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O Conselho da Internacional Socialista (IS) foi iniciado nesta segunda-feira, tendo como pano de fundo uma grave crise entre o líder trabalhista Shimon Peres e o do movimento pacifista Yachad, Yossi Beilin, ambos anfitriões da reunião junto com o movimento palestino Fatah.

Os dois políticos israelenses abriram a sessão com críticas às posturas um do outro. Enquanto Peres defendia o pragmatismo de apoiar o chamado plano de desligamento, Beilin advertia seus correligionários de que a IS deve ir muito além, porque essa iniciativa é um "autêntico desastre".

"Sair de Gaza não é tão trágico. Alguns colonos inclusive já o fizeram", afirmou Beilin ao pedir o apoio da IS à chamada Iniciativa de Genebra, a fim de dar aos palestinos um "horizonte político claro".

A Iniciativa de Genebra foi concebida por Beilin em 2003 como proposta de um acordo compreensivo para resolver o conflito e criar um Estado palestino independente na Cisjordânia e em Gaza com capital em Jerusalém Oriental.

O plano de desligamento, que será aplicado pelo primeiro- ministro israelense, Ariel Sharon, contempla apenas a retirada dessa faixa e de quatro assentamentos no norte da Cisjordânia, sem planejar como avançar depois para resolver o conflito.

O enfrentamento entre os dois dirigentes tinha começado ontem durante a reunião do Presidium, quando Beilin pediu aos dirigentes da IS que não se deixassem levar pela "armadilha do desligamento", porque "de nada serve evacuar Gaza para transformá-la depois em uma grande prisão".

Peres respondeu que não acha possível alcançar a paz a curto prazo, e que as questões dos refugiados palestinos e a de Jerusalém são irresolúveis, o que gerou uma dura resposta por parte do ex-primeiro-ministro da Itália, Massimo D'Allema.

Hoje, o ex-primeiro-ministro da Noruega Thorborn Jagland se interpôs entre os dois políticos israelenses, ao concluir que "a retirada de Gaza é importante, mas como primeiro passo". "Mais adiante devemos insistir que as partes cumpram o que já acordaram, porque deve haver um horizonte político como base para garantir a democracia palestina".

Fontes próximas do partido Yachad explicaram que a disputa não é apenas uma luta de poder entre dois partidos muito similares que pretendem ocupar uma posição de liderança como "verdadeiro representante" da social-democracia em Israel.

"As pessoas aqui no Conselho têm obviamente as posturas de Beilin, mas ao mesmo tempo há muito respeito a Peres", descreveu a fonte a situação na IS.

As sessões do Conselho, que acontecem hoje em Tel Aviv e amanhã em Ramala sob o lema de "Por um Oriente Médio em paz: a visão social-democrata", contam com a participação de cerca de 300 representantes de movimentos e partidos de todo o mundo filiados à IS.





Fonte: EFE

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