Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sábado - 21 de Maio de 2005 às 19:55
Por: Mylena Fiori

    Imprimir


São Paulo – Pelas estimativas do Banco Mundial, o fim das tarifas de importação sobre bens agrícolas e manufaturados representaria, a partir de 2015, um aumento de US$ 280 bilhões por ano na renda mundial. O valor representaria um crescimento anual assegurado de 1% no PIB mundial. O cenário ideal de livre comércio pressupõe a total eliminação de barreiras tarifárias e não tarifárias e o fim dos subsídios. "Isso é um sonho, sabemos que a Rodada de Doha não vai alcançar o livre comércio. Mas com hipóteses razoáveis de cortes de tarifas e subsídios, é possível alcançar US$ 87 bilhões de renda adicional por ano", acredita Carlos Alberto Primo Braga, representante do Departamento de Comércio do Banco Mundial na Organização Mundial do Comércio (OMC).

"Temos um modelo de equilíbrio geral, que inclui todos os países, e a partir deste modelo formulamos hipóteses sobre o que seria um acordo ambicioso nas áreas de agricultura e manufaturados", explica Braga. As estimativas não incluem o impacto da liberalização de serviços, da facilitação do comércio e outros temas da agenda da Rodada de Doha.

O representante do Banco Mundial reconhece que nem todos os países se beneficiariam igualmente, mas acredita que o Brasil, por ser importante exportador agrícola, seria um dos "grandes beneficiados" de uma rodada de negociações bem sucedida. A Tailândia também sairia ganhando com uma redução significativa das restrições ao arroz no mercado japonês. "Num pacote amplo, há benefícios para todos", avalia.

Mas ainda que as negociações não avancem conforme o esperado, há mais coisas em jogo na chamada Rodada do Desenvolvimento. Segundo Carlos Alberto Primo Braga, o que está na berlinda é a credibilidade da OMC. "Temos que lembrar que o foco da OMC não é apenas a liberalização do comércio. Também têm grande importância as regras gerais do jogo e a solução de controvérsias, por exemplo. A credibilidade da OMC é um fato a ser preservado, particularmente por países em desenvolvimento", enfatiza. Segundo ele, são estas regras que permitem que Brasil, Austrália e outros países em desenvolvimento defendam seus interesses agrícolas – como nos casos do algodão e do açucar em que o Brasil questionou os subsídios americanos e europeus no Órgão de Solução de Controvérsias da OMC.

"Talvez não dê para alcançar as ambições que mencionei. Mas tem que ser levado em conta se tivermos avanços em termos de preservar a credibilidade das regras do jogo e em consolidações de tarifas para uma futura liberalização", afirma. O representante do Banco Mundial participou hoje, em São Paulo, do debate "Perspectivas da Rodada de Doha em 2005: o que esperar da 6 Reunião Ministerial, em Hong Kong, na Fundação Getúlio Vargas (FGV).





Fonte: Agência Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/338507/visualizar/