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Cidades/Geral
Terça - 10 de Maio de 2005 às 08:22
Por: ALINE CHAGAS

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Após uma audiência conciliatória sem avanços no Tribunal Regional do Trabalho, motoristas e cobradores decidiram manter a greve e colocar nas ruas apenas a frota mínima estipulada pela liminar do juiz Osmair Couto. Porém os trabalhadores também deliberaram por parar totalmente as atividades se os empresários não pagarem integralmente os salários: quem não recebesse até a zero hora de hoje manteria a greve.

A denúncia de que os salários dos trabalhadores em greve foi cortado em até 70% surgiu durante a assembléia dos motoristas e cobradores. Os funcionários levaram holerites e saldos bancários para comprovar que os empresários não fizeram o pagamento de forma integral.

“Os funcionários são chamados nas empresas para assinar um holerite contendo o valor integral do salário, mas só recebem nas contas 30% ou 40% do salário. A única empresa que pagou corretamente durante o dia foi a União, de Várzea Grande”, disse o advogado do Sindicato dos Motoristas Profissionais e Trabalhadores em Empresas de Transportes Terrestre de Cuiabá e Várzea Grande, João Batista dos Anjos.

João Batista explicou que o fato das empresas não terem pago os salários dos trabalhadores integralmente dá legitimidade à paralisação total, mesmo com a liminar do TRT.

Ontem completou uma semana de greve. Empresários e trabalhadores continuam irredutíveis em suas propostas. Na quinta-feira à tarde o juiz do TRT, Osmair Couto, despachou decisão que ampliou o percentual da frota mínima nas ruas durante a paralisação de 30% para 60% nos horários de pico de segunda a sábado. No restante do dia a frota mínima continua em 30%.

Na última quarta-feira, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Mato Grosso (STU) ajuizou dissídio coletivo contra o sindicato dos motoristas, alegando ilegalidade da greve.

Ontem ocorreu a primeira audiência conciliatória entre as partes, mas não houve acordo e foi marcada uma segunda audiência para a próxima segunda-feira.

Segundo o vice-presidente em exercício do TRT e juiz que presidiu a audiência conciliatória, José Simione, a semana anterior à segunda audiência será essencial para as partes amadurecerem as propostas. “Estamos torcendo para que tudo se resolva na próxima semana, em prol da população”, disse o juiz.

Durante a audiência, o advogado dos sindicato patronal, Pedro Verão, afirmou ser impossível reduzir a carga horária de 7h20 para 6 horas, conforme proposta dos trabalhadores, porque acarretaria em aumento de custos e, automaticamente, no aumento da tarifa do ônibus. “As empresas teriam que contratar mais funcionários, subindo os custos em 23%”, contou.

João Batista argumentou que os funcionários só aceitam que se mantenham as 44 horas semanais se marcarem duas folgas seguidas para cada funcionário. “Assim eles terão mais tempo para ficar com a família”, concluiu o advogado dos trabalhadores.





Fonte: Diário de Cuiabá

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