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Economia
Quinta - 13 de Dezembro de 2012 às 13:09
Por: Vinícius Tavares

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A Secretaria de Sanidade Animal (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nega que o Irã tenha decidido suspender a compra de carne bovina brasileira. A ameaça de suspensão das exportações para o governo de Teerã se deve à incidência de um caso de “Vaca Louca” registrado em um animal no ano de 2010 no município de Sertanópolis, no interior do Paraná.

Procurado por Agro Olhar/Olhar Direto, o secretário de Sanidade Animal do Ministério, Ênio Marques, informou que  “nenhum documento oficial chegou ao Brasil” comunicando tal decisão por parte do governo iraniano.

O assunto preocupa as principais entidades representativas do setor rural. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que reúne mais de 250 deputados e senadores do Congresso Nacional, monitora toda a situação.

Boatos sobre a suspensão iraniana circularam durante todo o dia, depois que uma carga com carne brasileira foi impedida de entrar naquele país. Conforme reportagem da Folha de S. Paulo, quatro contêineres foram barrados em em Bandar Abbas, principal porto comercial do Irã, em data não especificada, pela Agência Veterinária Iraniana (IVO, na sigla em inglês).

Mas por enquanto, apenas o Japão decidiu suspender a compra da carne brasileira.

O Mapa e o Ministério de Relações Exteriores lançaram ontem (11) uma campanha conjunta com o apoio dos adidos agrícolas para orientar os países sobre os cuidados que o Brasil está adotando para evitar o surgimento de novos casos da doença.

Alta e baixa
O Irã tornou-se em 2011 o maior importador de carne bovina, superando a Rússia. Entre 2009 e 2010, as vendas brasileiras para o Irã saltaram em 74%, para um total de US$ 2,1 bilhões. Em 2011, mais um aumento, desta vez de 10%, para US$ 2,3 bilhões. Mas a tendência seria revertida logo no início de 2012, num fenômeno interpretado no Palácio Itamaraty (Ministério de Relações Exteriores) como um sinal de desacordo em relação às posições tomadas pelo Brasil na área de direitos humanos e nos temas nucleares.

Esse esfriamento foi refletido no comércio. AInda segundo o jornal Folha de S. Paulo, as vendas do País no Irã registraram perdas de 15% e 2012 deve fechar com um retrocesso, colocando a relação comercial entre os dois países de volta nos níveis anteriores à expansão das vendas. Até outubro, o Brasil vendeu ao mercado iraniano US$ 1,7 bilhão, quase se equiparando ao ano de 2007.

Um segmento acabou sendo o símbolo dessa queda. A venda de carne de frango e carne bovina para o mercado iraniano foi reduzida em 54% e 44%, respectivamente. Segundo fontes ligadas às operações comerciais bilaterais, o setor de carnes transformou-se numa espécie de termômetro da relação. Isso porque sua autorização no país exige que o produto tenha um corte que atenda aos padrões islâmicos de consumo.






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