Mercado prevê pela 1ª vez que balança quebrará novo recorde neste ano

Analistas do mercado financeiro prevêem pela primeira vez que haverá crescimento do superávit da balança comercial brasileira neste ano em relação a 2004. O superávit --diferença entre exportações e importaçoes-- do ano passado alcançou o recorde histórico de US$ 33,696 bilhões. Segundo o boletim Focus, elaborado semanalmente pelo Banco Central a partir de consultas a mais de cem instituições financeiras, o mercado prevê que o superávit deste ano quebre um novo recorde e alcance US$ 33,85 bilhões. A previsão, até a semana anterior, era de saldo positivo de US$ 33 bilhões. Há quatro semanas, a estimativa era de US$ 29 bilhões. O Ministério do Desenvolvimento, responsável pela divulgação dos dados de comércio exterior, não possui uma previsão específica para o superávit da balança. O Banco Central, entretanto, divulgou há alguns meses a estimativa de que o saldo seja de US$ 27,5 bilhões. Tanto o BC quanto os analistas de mercado previam que o superávit caísse neste ano devido à valorização do real em relação ao dólar --a moeda americana fechou cotada a R$ 2,538 na última sexta-feira-- e ao crescimento da economia brasileira.

O real apreciado prejudica a balança comercial porque reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Já o crescimento da economia contribui para o aumento das importações.

No entanto, o vigor dos resultados da balança tem surpreendido o mercado e o próprio governo. Segundo dados divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, de 1º de janeiro até 24 de abril, a balança comercial brasileira acumula superávit de US$ 11,357 bilhões, o que representa um crescimento de 48,6% em relação ao mesmo período do ano passado.