Governador defende discutir sustentabilidade da produção

Rondonópolis, MT - O segmento agrícola de Mato Grosso tem que reforçar ainda mais a eliminação dos entraves de custeio de safra e de comercialização que impedem o avanço continuado do agronegócio. O binômio será a tônica da preocupação das discussões da Agrishow Cerrado, aberta nesta quarta-feira (19.04). A tendência foi exposta pelo governador Blairo Maggi, antes da abertura da feira, em Rondonópolis (220 km ao Sul de Cuiabá).

O alerta não é gratuito, pois nesta quarta-feira (20.04) produtores, representantes de instituições de financiamento da agricultura e da categoria fazem reunião para tentar desatar o nó do endividamento do setor.

“É o momento de nós discutirmos a sustentabilidade da produção, como, por exemplo, da soja não só em Mato Grosso, como na Argentina, nos Estados Unidos e na China. Vamos fazer regras que todos seguem. É hora de fazer novo questionamento do protecionismo dos Estados Unidos”, disse Maggi, a respeito do obstáculo de concorrência sempre lembrado por produtores.

De acordo com o governador de Mato Grosso, um outro fator de travamento dos produtores é a necessidade de se ter no Brasil um preço mínimo entre produtores para negociação da produção.

Segundo dados da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), do total de R$ 11 bilhões em financiamento da atual safra, em torno da metade representa dívida dos produtores junto a organismos de financiamento de custeio.

Nesta quarta-feira, todos os componentes da cadeia agrícola sentarão para buscar alternativas para o nível de dívidas, produtividade e preparo de condições para plantar a safra 2005/2006.

A preocupação com vendas contaminou a Agrishow. Bancos e organizadores disseram, nesta quarta-feira, que neste ano a feira deve se concentrar mais na exposição e negócios menores que os R$ 1,4 bilhão da edição passada.