Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Terça - 12 de Abril de 2005 às 07:11

    Imprimir


O popular vinho de garrafão consumido no Brasil faz tão bem ao coração quanto qualquer vinho importado. A constatação é de pesquisa realizada pelo médico e professor de Farmacologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Roberto Soares de Moura, com base em análises da uva Isabel, espécie brasileira utilizada na fabricação desse tipo de vinho.

Segundo ele, o vinho nacional é tão bom quanto o francês, além de ser mais barato e acessível a toda a população, liderando em 90% o comércio da bebidas no País, com cerca de 300 milhões de litros vendidos por ano.

O professor decidiu estudar se o vinho brasileiro tinha o mesmo efeito benéfico sobre o miocárdio e a hipertensão, com base em artigos publicados na literatura médica, a partir de 1979, apontando o baixo índice de enfartes nos países em que as pessoas consomem vinho diariamente, de forma moderada.

Para a realização do trabalho, ele escolheu a espécie brasileira de uva utilizada na fabricação do vinho de colonos e o de garrafão. "Pesquisei a casca da uva Isabel e, para minha surpresa, essa espécie tratada com processo químico tem efeito antioxidante e reduz significativamente a hipertensão em animais testados".

O professor alertou que, embora o suco dessa uva também traga efeitos benéficos, ele é vendido muito doce, o que pode causar problemas de ganho de peso e diabetes. "O que não acontece com o vinho seja ele branco ou tinto, seco ou doce, já que o processo de transformação da uva em vinho torna a bebida menos calórica", explicou.

Ele disse ainda que a bebida deve ser ingerida no máximo duas vezes por dia, não passando de uma taça, e às refeições, porque o vinho reduz a absorção de colesterol no organismo.

A próxima etapa da pesquisa é transformar as propriedades benéficas para o sistema cardiovascular da uva Isabel em produto farmacêutico. O objetivo é atender parte da população que não bebe vinho por questões religiosas e por problemas orgânicos.

Segundo o professor, o trabalho já começou a ser realizado com a casca da uva Isabel, mas deve demorar ainda três anos para chegar ao mercado, tempo necessário para a conclusão da pesquisa e para os procedimentos legais exigidos pelo Ministério da Saúde.




Fonte: Agência Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/347410/visualizar/