Produtores de arroz pedem que governo compre estoque para evitar queda de preço

Os produtores brasileiros de arroz querem que o governo compre parte do estoque excedente de arroz no país para evitar a redução do preço do produto.

presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, afirmou que o governo poderia comprar cerca de um milhão de toneladas de arroz de sequeiro dos produtores de Mato Grosso, o equivalente a R$ 80 milhões.

"Se o governo comprar esse excedente, o mercado vai para o seu devido lugar. Com excedente de produção, há pressão para redução de preço", disse Sperotto. Ele, representantes do setor e a bancada federal gaúcha participaram hoje, no Palácio do Planalto, de reunião com o ministro da Coordenação Política, Aldo Rebelo, e representantes dos ministérios do Desenvolvimento, das Relações Exteriores e da Agricultura.

Os representantes do setor também querem que o governo discipline a entrada do arroz no Brasil e faça regurlamente controle sanitário em todas as cargas importadas do produto. "Para isso, é preciso haver fiscalização nos pontos de acesso ao país. Nenhuma carga de arroz pode entrar no Brasil sem que haja pesagem e controle sanitário", afirmou o vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB/RS), que também participou da reunião.

Segundo o deputado, todas essas questões deveriam ser "imediatamente" atendidas pelo governo federal para evitar qualquer tipo de desgaste no setor.

Sobre a possibilidade de o governo adotar salvaguardas em relação ao arroz uruguaio, Albuquerque disse que não é a melhor saída no momento. "Essa questão está sendo examinada com muito cuidado. Não é tão simples tomar esta decisão. Se se criam salvaguardas para um setor, pode-se estar criando a possibilidade de os outros criarem salvaguardas em relação aos nossos produtos", explicou.

Os agricultores reclamam do ingresso livre de arroz uruguaio no mercado brasileiro, justamente quando o Rio Grande do Sul colheu a maior safra de sua história.