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Economia
Quarta - 06 de Abril de 2005 às 17:07
Por: Elisângela Cordeiro e Paulo Mo

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São Paulo - Os pecuaristas estudam a criação de centrais de comercialização para negociar o gado em lotes maiores. Eles acreditam que em grupo terão mais força para negociar com os frigoríficos. A idéia surgiu durante as rodadas de discussões do Fórum Nacional de Pecuária, que teve o encontro do Sudeste realizado na semana passada, em Araçatuba, no interior de São Paulo. O tema mais importante das rodadas deste ano é a aparente cartelização dos frigoríficos na compra do gado, motivo de ação já movida pelos pecuaristas junto à Secretaria do Direito Econômico (SDE).

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Câmara Setorial Paulista da Carne Bovina da Secretaria da Agricultura e Pecuária do estado de São Paulo e vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, Cesário Ramalho, disse que a possível criação dessas centrais de venda faz parte do jogo comercial. "As lideranças acreditam que se você negociar em grupo, criar volumes de negociação, você cria condições novas e exige coisas novas dos frigoríficos".

Os pecuaristas suspeitam que os donos de frigoríficos, especialmente os exportadores, estejam formando cartéis para combinar preço e forçar a queda do valor da arroba do boi. Os produtores juntaram documentos com essas indicações e entraram com queixa na SDE, instância do Ministério da Justiça que supervisiona a concorrência comercial no país. Ramalho admite a desconfiança, mas ressalta que ela só poderá ser confirmada após análise do órgão federal.

O encontro em Araçatuba aconteceu depois de rodadas realizadas em Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia. Para Ramalho, é certo que os pecuaristas estão operando com margem de lucro pequena, mas o prejuízo depende das condições de cada produtor. Para a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp), o setor já sofre prejuízos em razão do aumento dos custos com a produção no ano passado, estimados em 10%. A Faesp defende reajuste nos preços da carne do boi entre 10% e 20% para compensar essas perdas.

Em relação à seca que atinge o Sul do país, Ramalho explica que os pecuaristas perdem produtividade ao longo do tempo, em função do ciclo de vida do gado, mas ele acredita que os pecuaristas do Rio Grande do Sul, que sofreram mais com a seca, devem ter prejuízos e precisam receber apoio do governo, como por exemplo, postergação para o pagamento de dívidas.





Fonte: Agência Brasil

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