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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 24 de Março de 2005 às 18:20
Por: Ricardo Leopoldo e Renata Verí

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São Paulo - O ex-ministro da Fazenda, Delfim Netto, defendeu como saída que pode provocar a queda dos juros um "ajuste fiscal rigoroso", firmado sobre o fim das vinculações orçamentárias e "sério controle" das despesas de custeio. "Aumentar o superávit primário ajuda. Mas é necessário o déficit público nominal zero. Enquanto ele existir, haverá uma desconfiança justificada do mercado, segundo a qual, o governo administra com baixa eficiência as contas públicas", comentou. "E isso, óbvio, pressiona os juros para cima."

De acordo com o Banco Central, o déficit nominal do setor público fechou 2004 com um saldo de R$ 47,144 bilhões, o equivalente a 2,68% do produto interno bruto. Em 2003, o resultado foi ainda pior, pois atingiu R$ 79,032 bilhões ou 5,08% do PIB.

"É preciso gerenciar com mão de ferro os gastos do custeio, pois estão muito altos e só sobem", comentou o ex-ministro da Fazenda. "É necessário baixar 1% dessas despesas a cada ano por pelo menos meia década", disse.

Para produzir o "déficit nominal zero", Delfim Netto defendeu "eliminar" com rapidez as vinculações de receitas do orçamento com várias formas de dispêndio de muitos ministérios, como o da saúde e educação. "Hoje, 97% das verbas federais estão vinculadas. Quando João Goulart caiu em 1964 esse patamar estava em 103%", comentou.

Como atenuantes aos problemas fiscais para o médio prazo, o parlamentar elogiou a nomeação de dois colegas do Congresso como ministros: o senador Romero Jucá (PMDB-RR) para a Previdência Social, e o deputado Paulo Bernardo (PT-PR). "Eles vão ajudar muito o ministro (da Fazenda), Antônio Palocci, na gestão dos gastos federais, o que vai colaborar para combater os déficits das contas do governo", comentou. O novo ministro da Previdência tem como meta reduzir os déficits projetados de 2005 de R$ 37,8 bilhões para R$ 32 bilhões. Para 2006, o objetivo e diminuir o saldo negativo de R$ 38 bilhões para R$ 24 bilhões, basicamente com o aumento das receitas, que seria obtida com a recuperação de créditos.





Fonte: Agência Estado

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