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Cidades/Geral
Quinta - 24 de Março de 2005 às 15:54
Por: JOANICE DE DEUS

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O Hospital Dia do Centro Integrado de Atenção Psicossocial (CIAPS) Adauto Botelho realiza no próximo dia cinco de abril, a partir das nove horas da manhã, uma festa para comemorar seus 11 anos de fundação e de implantação do serviço substitutivo na política de tratamento da Saúde Mental, no Estado. Com tema “11 anos de mãos dadas na luta pela saúde mental”, o evento acontecerá no pátio do hospital, localizado no bairro Coxipó, e também irá lembrar o Dia Nacional da Saúde Mental, comemorado 07 de abril.

Criado em 04 de abril de 1994, o Hospital Dia é considerado modelo no atendimento em saúde mental. “O hospital oferece atenção intensiva ao portador de transtorno mental sem romper o vínculo familiar e social, política adotada na nova ótica de assistência ao distúrbio mental e psicossocial conhecida como tratamento substitutivo. Isso significa que ao término do dia, o paciente retorna para o seu lar e para o convívio social, tendo a possibilidade de exercitar aquilo que assimilou enquanto esteve em tratamento”, disse o diretor geral do Centro Integrado, Rodrigo Sérgio Garcia Rodrigues.

Rodrigo Sérgio explicou que, no Hospital Dia, os pacientes contam com um tratamento eficaz, voltado para a promoção da sua saúde física e psíquica. Esta política de atendimento vem de encontro com a Lei Federal número 10.216, de 6 de abril de 2001, que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadores de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. “As pessoas acometidas de transtorno mental devem ser tratadas com humanidade, respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade e é com esta visão que o Hospital Dia trabalha”, afirmou.

A gerente do Hospital Dia, psicóloga Valéria Pacher, comentou que a Lei 10.216 visa a extinção progressiva das internações, oferecendo recursos qualificados no serviço substitutivo. “No serviço substitutivo trabalha-se o resgate da autonomia, autogestão e da cidadania”, disse.

De acordo com Valéria, com esta visão de reabilitação psicossocial, o tratamento tem duração média de 90 dias e é acompanhado por uma equipe multiprofissional, composta por médicos, psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, entre outros. “A visão do Hospital Dia é dar suporte multiprofissional à população cuiabana e várzea-grandense que possam por intenso sofrimento psíquico”, comentou.

Quando ocorrerem casos em que a necessidade da permanência do usuário ultrapassar o período de 90 dias, este é avaliado pela equipe multiprofissional. No entanto, conforme Valéria, o tratamento da maioria dos pacientes que passa pelo Serviço Substitutivo apresenta resultado positivo. “Observamos que a melhora no estado de saúde é, na maioria das vezes, rápida e satisfatória”, comentou.

Atualmente o Hospital Dia atende diariamente 30 pacientes e funciona de segunda a sexta-feira, das sete e meia da manhã às quatro horas da tarde, e os pacientes não têm a necessidade de ficar internados.

O tratamento em regime aberto também inclui atividades como: aulas de cerâmica, artes plásticas, teatro, danças, passeios, coral, horticultura e atividades em grupos de Educação em Saúde, Cidadania, Operativo e Reencontro. “Nossa missão é o resgate da cidadania, a individualidade, a socialização, bem como preparar o paciente para a sua reintegração na sociedade”, completou.

Durante a festa será feita uma homenagem ao centenário de nascimento da psiquiatra Nize da Silveira, fundadora do Museu de Imagens do Inconsciente, localizado no Rio de Janeiro. “Formada em psiquiatria em 1946, Nize da Silveira discordava dos tratamentos convencionais da psiquiatria tradicional da época, como lobotomia e eletrochoque, iniciando sozinha, sob olhares desaprovadores, o cuidado terapêutico estimulando a criatividade e a liberdade, com atividades artísticas, como a escultura e a pintura”, lembrou Rodrigo Sérgio. Também haverá exposição dos artesanatos produzidos pelos pacientes, apresentação de danças (siriri e rasqueado) e muita música.





Fonte: Assessoria/Ses-MT

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