ONU condena atentado contra funcionária e pede reforço militar

O delegado da ONU no Sudão, Jan Pronk, condenou nesta quarta-feira o ataque cometido ontem à noite contra uma funcionária da agência americana USAID em Darfur e pediu o envio de uma força multinacional de proteção com 8.000 oficiais.

"Existem elementos para afirmar que os trabalhadores humanitários se transformaram em um alvo direto. Este tipo de incidente não poderá ser evitado sem o envio a Darfur de uma força de cerca de 8.000 homens", sugeriu Pronk em um comunicado divulgado em Cartum.

A responsável americana sofreu feridas no rosto quando o veículo em que estava foi baleado nesta região fronteiriça sudanesa, há dois anos cenário de uma guerra cruel entre as milícias árabes "Janjaweed", veladamente apoiadas por Cartum, e as forças rebeldes da região, essencialmente pelo Movimento pela Justiça e pela Igualdade e pelo Movimento de Libertação do Sudão.

"Tudo indica que se trata de uma emboscada, já que não existe indícios de que foram feitos disparos de aviso contra o comboio", acrescentou Pronk.

Este clima de insegurança fez com que a ONU retirasse de Darfur semanas atrás 44 funcionários e empregados com ameaças diretas das milícias.

Na zona, estão cerca de 2.000 soldados da União Africana, força internacional que a ONU considera insuficiente para proteger a população civil.