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Agronegócios
Quarta - 23 de Março de 2005 às 15:40
Por: Fabíola Salvador

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Brasília, 23 - O diretor da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Agmar Farias, defendeu há pouco o fim da taxa que as indústrias têm de depositar no BNDES quando são vendidas máquinas e equipamentos agrícolas. Essa taxa é de 4% sobre o valor de venda e é chamada de taxa flat.

Ele disse que o depósito dessa taxa é feito independentemente do prazo de financiamento da compra. "Não importa se a máquina foi financiada para pagamento em 1 ou 10 anos. Dessa maneira, a incidência é maior nas vendas de menor preço." Farias observou que o aumento dos preços das máquinas e equipamentos é reflexo da elevação dos preços do aço. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, Farias também defendeu que os prazo de financiamento para compra de máquinas e equipamentos sejam ampliados para 96 meses, com carência de 24 meses.

O presidente da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Mário Alves Barbosa Neto, admitiu que a queda na renda do setor rural vai influenciar no consumo de insumos agrícolas para plantio da próxima safra. Sem citar volume, ele disse que 80% do total de fertilizantes comercializados no País é destinado para culturas de soja, milho, cana-de-açúcar, café e algodão. Mas as culturas de milho, soja e algodão passam por dificuldades este ano.

O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto, cobrou do governo ações de apoio ao setor agrícola e reclamou que as medidas anunciadas recentemente pelo governo "não ajudam em nada". Sperotto ressaltou que o nível de inadimplência do setor agrícola é muito baixo. Em todo o País, esse índice é de 0,56% dos produtores. Há dez anos, esse índice chegava a 28%. "Se o governo não fizer nada, o nível de inadimplência voltará a subir", afirmou. O representante da CNA aproveitou a audiência pública para alfinetar os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e da Agricultura, Roberto Rodrigues. Quanto ao ministro da Fazenda, Sperotto disse que "Palocci só pega a reivindicação e não a contribuição que o setor dá para a economia do País". Ele ironizou, ainda, declarações que Rodrigues teria feito na semana passada. De acordo com Sperotto, Rodrigues disse que o ministro da Agricultura é São Pedro, ou seja, que o santo é o responsável pelo bom andamento do setor agrícola. "Se o ministro da Agricultura é São Pedro, eu vou chamar São Paulo para pagar a conta".

O presidente da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Christiano Walter Simon, afirmou em sua apresentação na audiência pública da Câmara, que um dos motivos para a elevação dos preços dos defensivos é a lentidão do Comitê Técnico de Assessoramento para Agrotóxicos (CTA), que demora em liberar os registros de agrotóxicos. "A quantidade limitada de produtos não gera competitividade". O CTA é formado por representantes dos Ministérios da Agricultura, Meio Ambiente e Saúde.

O deputado Silas Brasileiro (PMBD-MG) afirmou que pode estar havendo "exagero dos representantes dos agricultores", em relação aos problemas no setor. Segundo ele, a crise pode não ser tão grave quanto anunciada. Silas Brasileiro é secretário de Agricultura de Minas e autor do requerimento de Audiência Pública, que se realiza no momento na Câmara dos Deputados.





Fonte: Agência Estado

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