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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sábado - 12 de Março de 2005 às 22:18
Por: Mariana Peres

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Depois de ser "tratado no bico da botina", o arroz mato-grossense ganha força, qualidade e o emprego de alta tecnologia. A cultura agora será "tocada" por profissionais do campo, a nova variedade "Best 2000", de dupla aptidão (sequeiro e irrigado) lançada este mês pela Agro Norte, Pesquisa e Sementes Ltda, em Sinop (503 quilômetros ao Norte de Cuiabá), com produtividade de até 100%, se comparada as tradicionais "Primavera" e "Cirad" promete ser um marco divisor entre uma situação que colocava a cultura em segundo plano, para uma situação onde o cereal será inserido no sistema de produção das fazendas.

Mais do que isso, a nova cultivar irá referendar ainda mais, a condição de melhor produtividade mundial em arroz de terras altas que Mato Grosso possui no agronegócio. Mesmo utilizado, em grande parte para abertura de novas áreas, os orizicultores permanecem acreditando na cultura e obtendo, como nas últimas duas safras, remuneração maior por saca, se comparada a soja.

O rendimento do Best pôde ser comprovado no último final de semana no Centro de Pesquisas da Agro Norte, em dias de campo. Os primeiros hectares colhidos, em faixas de menor fertilidade, apresentaram um rendimento de 99 sacas por hectare (ha) e em áreas mais férteis, que não sofreram a incidência de veranicos (seca), a produtividade alcançou 110 sacas/ha.

"Temos aqui no Centro de Pesquisas, 400 ha plantados com o Best. Em geral, estamos com média de produtividade entre 105 e 104 sacas/ha", avalia o engenheiro agrônomo da Agro Norte, Mairson Santana. Segundo ele, este empenho no melhoramento genético da orizicultura, além de agregar valor a produção e a renda do produtor, tem o objetivo de trazer opções para o futuro. "Áreas a serem abertas são muito poucas e muito caras, temos de ter opções que garantam renda na rotação de culturas", observa.

Nesta safra, por exemplo, os insumos para o cultivo de arroz cresceram cerca de 40% para as cultivares Primavera e Cirad, que em contrapartida, têm custo por saca entre R$ 25 e R$ 26 e preço de mercado de até R$ 20.

Santana destaca que não há como não investir no melhoramento do arroz. "Em uma comparação, entre soja e arroz, este último alcança produtividade em menor espaço de tempo e é pago no mercado por classificação", justifica.

Nesta safra, Santana explica que a variedade Primavera - a de melhor aceitação pelas indústrias e consumidores e mais predominante no Estado - não está sendo rentável, e desaconselhável para utilização em abertura de áreas pela o custo mais elevado. "O rendimento por hectare tem sido de 55 sacas/ha, o que não paga os custos de produção. Para haver empate, deveria render 58 sacas/ha", aponta Santana.

Segundo o diretor da Agro Norte, e presidente da Associação dos Produtores de Arroz de Mato Grosso (Apa/MT), Ângelo Maronezzi, a cultivar Best 2000 possui um custo de produção cerca de 30% a 35% maior, se comparado ao Primavera.

"Mas o aumento no custo de produção não é proporcional ao aumento de produtividade, ou seja, aumenta até 35% os investimentos para produção, mas a produtividade aumenta em até 100%. E não para por aí, estamos manejando variedades para incrementar ainda mais o rendimento por hectare", explica Maronezzi.

Ele destaca que mesmo sendo muito atrativo, o Best será utilizado por poucos. "O Best chega para ser utilizado por profissionais, não admite amadores, e pode ser cultivado para integração rotação/pecuária, ou como excelente opção na rotação de cultura para soja e algodão e com resultados que poderão contribuir muito para o agronegócio estadual e para o equilíbrio ecológico. Nesta mudança de perfil, temos agora arroz para profissional", justifica.




Fonte: Diário de Cuiabá

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