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Internacional
Sábado - 05 de Março de 2005 às 13:10
Por: Ramón Pedrosa López

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A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho permanecerão até o fim da década nas regiões devastadas pelo maremoto que assolou o sudeste asiático em dezembro do ano passado, disse ontem à EFE o responsável da organização na Ásia e Pacífico, Simon Missiri.

Essa federação de organizações humanitárias, que traça esta semana em Hong Kong um plano a longo prazo de ajuda aos afetados, dará por finalizada a fase de emergência no final deste ano, permanecendo em cada país entre cinco e sete anos.

"O marco é indicativo, porque em algum momento temos que parar. Em alguns lugares, a ajuda ficará por muito tempo. Por enquanto, queremos que todo mundo parta de um mesmo ponto e que haja um consenso nas tarefas de reconstrução", acrescentou o alto funcionário da federação da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.

Esta organização humanitária, que conta com 22.000 voluntários e 300 técnicos especialistas na região, continuará seus trabalhos na Indonésia, Sri Lanka, Ilhas Maldivas e na África "para ajudar a restaurar suas formas de vida", declarou Ole Johan Gauge, responsável da federação na Indonésia, país mais afetado pela catástrofe.

A "Operação tsunami" incluirá vários planos de tratamento de águas, auxílio médico, ajuda aos refugiados, reconstrução de casas e recuperação de comunidades.

Também será dada uma ênfase especial na gestão de possíveis catástrofes futuras, além de uma melhora na capacidade de resposta das sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho que ficaram dizimadas como efeito das três ondas geradas após o tremor de dezembro.

Estas decisões estão sendo tomadas no "Fórum de Resposta ao tsunami", em Hong Kong, que reúne de quinta a hoje mais de 100 altos funcionários de 44 sociedades nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, com o objetivo comum de coordenar seus objetivos nos esforços humanitários.

O presidente da Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, o espanhol Juan Manuel Suárez del Toro, disse na abertura do evento que esta é "a maior tarefa humanitária maior pela qual nossa instituição pode ser lembrada".

Segundo cálculos da organização, serão necessários 1,2 bilhão de dólares (913 milhões de euros) para arcar com as despesas da operação, e ainda um grande trabalho de coordenação, dado o número de sociedades nacionais envolvida no processo.

A Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho entraram de forma imediata nas regiões afetadas por esta catástrofe sem precedentes para proporcionar ajuda de urgência às primeiras vítimas, e levaram em poucos dias pessoal técnico e ferramentas para trabalhar nas tarefas de auxílio.

"Somos um sócio muito importante e, devido à nossa fiabilidade, muitos governos podem assegurar-se da estabilidade que a Cruz Vermelha proporciona", disse Gauge.

A entidade trabalhava em muitas das zonas afetadas antes do tremor de 9 graus de magnitude, o mais forte em 40 anos, e conta com vínculos estabelecidos com as autoridades locais, algo que facilita muito seu trabalho.

Atualmente, 18 unidades de resposta de emergência seguem operando no local em tarefas de todo tipo, incluindo a distribuição de alimentos, a ajuda humanitária e o alojamento de refugiados.

Não existe ainda uma cifra oficial do número exato de mortos pelo maremoto, mas dados provisórios apontam que na Indonésia houve 121.219 mortos e 114.897 desaparecidos; em Sri Lanka, 39.000 mortos e 6.000 desaparecidos; e na Índia, 12.500 mortos e 11.500 desaparecidos, citando apenas as nações mais afetadas.

Durante uma viagem que fez por Tailândia, Indonésia, Ilhas Maldivas e Sri Lanka em fevereiro para obter fundos de ajuda ao desastre, a pedido da ONU, o ex-presidente americano Bill Clinton calculou que a reconstrução das zonas devastadas custará entre 11 e 12 bilhões de dólares.





Fonte: EFE

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