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Economia
Sexta - 04 de Março de 2005 às 17:27
Por: Carlos Martins

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As restrições e entraves burocráticos existentes no lado brasileiro da fronteira com a Bolívia foram alvo de críticas durante o Seminário Internacional de Infra-estrutura Intermodal. O importador de madeira de São José dos Quatro Marcos, Edson Louis Antoniassi, que há dois anos traz madeira da Bolívia, disse que do lado boliviano em meia hora as cargas são liberadas, mas no Destacamento do Corixa, divisa com San Mathias, demora-se até seis dias.

"O problema maior é com o Ibama, que precisa fazer a vistoria da madeira e leva até 62 dias para entregar as ATPFs (Autorização para o Transporte de Produtos Florestais). O que, por ser um produto importado, nem seria necessário segundo a Procuradoria", disse o microempresário, dono da Agroindustrial Santa Isabel.

O secretário para Assuntos Federativos do Itamaraty, o diplomata Orlando Leite Ribeiro, da Divisão de Integração Regional do Itamaraty, disse que em dez países da América do Sul já foram assinados acordos para o controle integrado das aduanas, inclusive com a Bolívia, cujo processo já está 90% implementado.

Seria o primeiro passo para acabar com a burocracia, que dificulta as relações comerciais entre os países na América do Sul, ao lado do aparelhamento das instalações e vigência de legislações comuns. O prefeito do Departamento de Oruro, na Bolívia, Walter Lague Saravia, também lamentou que a burocracia vem atrapalhando a execução dos negócios, apesar da enorme potencialidade.

Próximo a Cáceres, moradores do município de San Mathias, distante 90 km, também reclamam dos entraves que impedem o trânsito de pessoas e mercadorias livremente. Ricardo Crespo, assessor de 15 municípios cívicos do Departamento de Santa Cruz de la Sierra, fez um apelo às autoridades brasileiras para que intercedam e facilitem o livre trânsito entre Cáceres e San Mathias.

Ele é proprietário de uma empresa que possui oito ônibus (cada um com 48 lugares). De 1995 a 2002 a empresa tinha licença da Prefeitura de Cáceres para fazer a linha entre os dois municípios e até Santa Cruz de la Sierra. Mas em 2002 a Polícia Federal proibiu o tráfego. "Existem muitos estudantes de Santa Cruz que estão sendo prejudicados. Se não houvesse barreiras, também seriam beneficiados moradores e comerciantes das duas cidades", afirmou Crespo.

O diretor-proprietário da empresa Real Norte, Éder Pinheiro, relatou o mesmo problema. Há dois anos ele tenta licença para criar uma linha ônibus entre Assis Brasil, Acre e Porto Maldonado (Peru). Só que até hoje a burocracia não permitiu a liberação para se fazer o trecho de 230 quilômetros.





Fonte: Secom - MT

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