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Saúde
Sexta - 04 de Março de 2005 às 15:00
Por: JESIEL PINTO

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A Secretaria de Estado de Saúde vai desenvolver, durante a segunda quinzena de março, um reordenamento das ações de combate à malária na região Noroeste de Mato Grosso, especificamente nos municípios de Aripuanã, Colniza, Juína e Juruena. O projeto contará com apoio do Ministério da Saúde (MS), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e das Secretarias de Saúde dos municípios.

Técnicos dos três organismos da área de Saúde realizarão reuniões com gestores municipais, farão mapeamento das áreas de riscos como locais de assentamentos, garimpos, madeireiras e mineradoras, examinarão a possibilidade de ampliação da atual estrutura dos municípios para diagnóstico, tratamento e controle do vetor e capacitarão profissionais de saúde envolvidos no combate à malária.

Será verificada, ainda, a viabilidade da instalação de serviços de diagnósticos e tratamento mais próximos dos locais de infecção, levando em conta a densidade, sazonalidade e a identificação de vetores e a realização de busca ativa de casos realizada por agentes do Programa de Saúde da Família (PSF) e Agentes Comunitários de Saúde. Essas ações pretendem evitar o retardo no diagnóstico e visam o tratamento precoce da malária. “O objetivo é a pactuação das ações nesses municípios para que haja continuidade das atividades e definição das atribuições de cada um no enfrentamento da doença”, disse a superintendente de Saúde Coletiva (Susac), Moema Blatt.

O Ministério da Saúde participará da ação suprindo os equipamentos necessários à ampliação laboratorial na região, como quatro microscópios bacteriológicos, um microscópio esterioscópio, um grupo gerador, uma placa solar, quatro bombas, além de um pick-up tracionada. A Secretaria de Estado de Saúde contribuirá com a contrapartida de R$ 26,5 mil para custeio e insumos e pagamento de recursos humanos que serão usados na força tarefa para controle da malária nos referidos municípios, enquanto os Escritórios Regionais de Saúde (ERS) participarão da ação com técnicos e com a mobilização social. As Secretarias Municipais envolvidas também irão cooperar com pessoal técnico e combustível para deslocamento dos mesmos. Investirão ainda R$ 1,2 mil com aquisição de material de consumo para treinamento em diagnóstico e tratamento.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Susac, Beatriz Alves de Castro Soares explicou que, “em vista da importância estratégica de Colniza (a 1.065 quilômetros de Cuiabá) no enfrentamento da malária, a ação ficará sediada na sede do município. Mas haverá uma equipe itinerante deslocando-se para as regiões da Mineradora São Francisco, pelo Vale do Guariba e outro municípios da região”.

A equipe móvel irá identificar e conhecer as áreas de assentamentos, garimpos, madeireiras e acampamentos para ver seu papel no desenvolvimento da doença. “Todos os esforços para conter o aumento da transmissão de malária devem ser encarados como prioridades”, explicou Moema. “Essa ação demonstra fielmente o que é o Sistema Único de Saúde, que é o trabalho ombro a ombro e integrado de parceiros entre as esferas federal, estadual e municipal.

O Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica (SIVEP), registrou que o número de casos em Colniza em 2004 foi de 1.816, correspondendo a 31,31% de todos os casos notificados no Estado. Neste ano o município já notificou 205 casos. Destes, 133 foram identificados como do tipo vivax e 71 como falciparum, a forma mais grave da doença. Colniza tem medicamentos suficientes para atender os pacientes. Em todo Estado, são 770 notificações de janeiro a 1º de janeiro de 2005.

Além de Mato Grosso ser um dos Estados que compõem a Amazônia Legal, com floresta e clima tropical, possui outros fatores determinantes para a transmissão da malária: assentamentos e acampamentos desorganizados, extração da madeira, reabertura de garimpos e desmatamento e o fluxo migratório da população dos Estados de Rondônia e Amazonas causando ocupação desordenada. A superintendente comentou ainda que hoje “Colniza é cenário de investimento social e tecnológica por parte do Governo Federal, por meio do projeto Biodiesel na localidade de Guariba o que provoca um intenso fluxo migratório e contribui ainda mais para a disseminação da doença”.

Após a aplicação do projeto os sistemas de Saúde locais, que envolve o trabalho dos prefeitos e Secretarias Municipais de Saúde, garantirão a continuidade das ações. “Após a primeira reunião com os gestores municipais será formalizado um documento com o comprometimento dos municípios na manutenção dos cuidados de combate, controle e enfrentamento à doença”, garantiu Moema Blatt.





Fonte: Assessoria/Ses-MT

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