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Economia
Terça - 01 de Março de 2005 às 19:44
Por: Stênio Ribeiro

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Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou hoje, durante a viagem para o Uruguai, o sucesso das exportações brasileiras, que ultrapassaram, pela primeira vez, a barreira de vendas anuais de US$ 100 bilhões: de março de 2004 a fevereiro último.

A notícia foi levada ao presidente, ontem à noite, pelo ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, depois do fechamento dos números da balança comercial de fevereiro, que "foram surpreendentes", de acordo com o ministro.

Segundo Furlan, o presidente Lula ficou "empolgado" com a informação e sugeriu, de imediato, que o ministro "testasse o equipamento de bordo" do novo avião presidencial, telefonando para ele durante o vôo para Montevidéu, onde iria prestigiar a posse, hoje, do presidente do Uruguai, Tabaré Vasquez.

Como a reunião que o ministro do Desenvolvimento teria com alguns dos maiores exportadores nacionais coincidiria com o horário do deslocamento aéreo, Lula sugeriu o telefonema no qual ele saudou os empresários e lançou o desafio de as exportações perseguirem, agora, a marca dos US$ 150 bilhões anuais.

"Ele só não disse quando", segundo o ministro, uma vez que a meta oficial para este ano é de vendas externas no total de US$ 108 bilhões, o que já significa crescimento de 12% em relação aos US$ 96,4 bilhões obtidos em 2004.

O ministro Furlan admitiu, porém, que a meta pode ser "reavaliada para melhor no decorrer do ano", como ocorreu no ano passado. Ele espera que as exportações continuem puxando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e da produção industrial, e enfatizou que "certamente teremos crescimento de mais de 4% do PIB neste ano".

Acompanhado por representantes dos setores com maior peso nas exportações, o ministro Furlan ressaltou que cerca de 15 mil empresas participam do esforço de aumentar as vendas externas e disse que "é inexorável que as exportações cresçam".

Esta é, por sinal, uma questão estratégica para o crescimento empresarial, conforme colocaram representantes da Embraer, Companhia Vale do Rio Doce, Braskem e Sadia. Razão porque o empresariado cobra atuação imediata do governo federal na melhoria das condições de infra-estrutura do país e na adoção de medidas de compensação para minorar os gastos tributários.

O ministro Furlan reconheceu que a "sobrecarga" de despesas onera as empresas exportadoras, e ressaltou que a logística de transportes e comunicações é crucial para o setor. Segundo ele, o governo se compromete a encontrar soluções de curto prazo para melhoria do escoamento da produção, até como forma de "compensar a disparidade cambial", uma vez que o dólar vem se desvalorizando gradativamente em relação ao Real.

Ele disse que hoje o Brasil precisa vender mais em volume para equilibrar a perda no câmbio, mas ressaltou que apesar disso o movimento da balança comercial em fevereiro foi "surpreendentemente bom", a ponto de o mês, com apenas 18 dias úteis, ter registrado saldo positivo (superávit) de US$ 2,786 bilhões; bem acima do saldo de janeiro (US$ 2,184 bilhões) e de fevereiro de 2004 (US$ 1,970 bilhão).

As exportações, no mês passado, alcançaram US$ 7,756 bilhões, contra importações equivalentes a US$ 4,970 bilhões. Com isso, as exportações dos últimos doze meses (março/2004 a fevereiro/2005) acumularam US$ 100,153 bilhões (mais 33,9%), e as importações cresceram 33,5% no mesmo período, somando US$ 65,054 bilhões.

O saldo da balança comercial chega a US$ 4,970 bilhões no primeiro bimestre do ano, com aumento de 39,76% em comparação com o saldo de US$ 3,556 bilhões registrado em igual período de 2004.





Fonte: Agência Brasil

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