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Economia
Terça - 01 de Março de 2005 às 18:58
Por: Julianne Cajú

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O mercado de trabalho da região de Rondonópolis tem agora à sua disposição mão-de-obra qualificada. Setenta e nove alunos receberam nesta segunda-feira (28/02), em cerimônia na Uned da cidade, o certificado de conclusão de cursos de qualificação das áreas de Auxiliar de Escritório, Informática Básica, Pedreiro e Técnicas em Vendas.

Estes cursos, no município, foram executados pelo Centro Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ceprotec), da Uned de Rondonópolis em convênio com a Secretaria de Trabalho, Emprego e Cidadania (Setec), e fazem parte do Plano Territorial de Qualificação (Planteq), programa do Plano Nacional de Qualificação, PNQ, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Durante três meses, com uma carga horária de 200 horas, professores especializados nas quatro áreas dos cursos oferecidos pelo Ceprotec trabalharam com os alunos as competências específicas e gerais como ética e cidadania, legislação trabalhista e relações humanas no trabalho.

“Esta formatura é o resultado de um trabalho em equipe. De tudo que foi construído nestes meses dos cursos”, comemora Nelci Basso, diretora de Educação Profissional e Tecnológica do Ceprotec.

Ter um certificado de qualificação é uma possibilidade de novos caminhos, tanto para vagas de emprego quanto para a continuação dos estudos. “Aqui só foi dado o primeiro passo. Os alunos devem mostrar o que aprenderam e buscar sempre novas aprendizagens”, afirma Márcia Helena de Moraes Souza, diretora da Uned de Rondonópolis.

Alunos e professores também concordam que as ferramentas básicas foram dadas e que a partir de agora é preciso continuar. “Apesar das dificuldades do dia-a-dia conseguimos chegar até aqui. Aprendi como se deve organizar um escritório e tantas outras coisas, mas com certeza não vou parar, pois o curso abriu meus horizontes”, revela Luciene da Silva de 19 anos.“Para nós professores é uma satisfação perceber mudanças nos alunos. Tem aluno que não conseguia nem se apresentar e hoje fala para uma platéia”, festeja Sandra Vianna.

E para quem quer se qualificar, idade e até experiência no ramo não são impedimentos. Um dos exemplos é o do pedreiro Luiz Henrique Borges, de 56 anos de idade. “Estávamos enganados pensando que poderíamos fazer tudo certo sem ter um curso profissionalizante. Com as aulas, percebi que não sabia muita coisa, mas agora posso, eu aprendi”, diz emocionado.

Família – A aprendizagem traz benefícios para o aluno e para a família também. Por isto, a funcionária pública, Zilda de Oliveira Alves Costa fez questão de estar presente na formatura do seu filho, que concluiu o curso de qualificação em informática básica.

“É a maior alegria estar aqui. Saber que meu filho adquiriu muitos conhecimentos”, descreve Zilda. “Tenho certeza que agora é mais fácil meu filho conseguir um emprego”, conta Elias Chavier da Costa, pedreiro.

Para a costureira Ildinéia Fontoura Mattos, esposa de um aluno que conclui o curso de qualificação em pedreiro, é uma vitória para a família. “Todo mundo ganha. Meu marido está construindo nossa casa e já conseguiu emprego”.

MULHERES DE INICIATIVA – Apesar do preconceito, as duas alunas do curso de qualificação de pedreiro chegaram até o fim. Elas romperam as barreiras e provaram que podem desempenhar tão quanto os homens todas as funções da profissão.

Se subir em andaime era uma dificuldade, o medo de altura já não existe mais. “Eu quero é fazer outros cursos que aparentemente só os homens podem fazer, como eletricista e hidráulica”, aponta Danielle Ormond, 17 anos.

A agente de saúde, Terezinha Nunes Motta, 38 anos, garante os benefícios da qualificação. “Estou preparadíssima para construir uma casa”.

Emprego – Alguns alunos conseguiram emprego até mesmo antes do término do curso. Para tanto, alguns venceram até exigências impostas por muitas empresas. É o caso de Laura Cristiane Costa, 18 anos, ao procurar emprego em um escritório da cidade se deparou com o requisito de ter experiência comprovada na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

“Como eu nunca trabalhei, seria impossível eu comprovar. Então levei a apostila do curso de auxiliar de escritório. O proprietário gostou do material e me contratou”, esclarece Laura.

Já para os alunos do curso de qualificação de pedreiro, Luiz Henrique Santana do Carmo, 22 anos e Clésio Pereira da Silva, 28 anos, o emprego veio uma semana após o término do curso.

“Vamos trabalhar no shopping, no serviço de manutenção de obras e com carteira assinada”, comemora Clésio. “Eu fazia um pouco de serviço de pedreiro. Mas muita coisa eu fazia sem saber se estava certo. Agora tudo mudou”, avalia Luiz Henrique




Fonte: Secom - MT

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