Irmã Dorothy é homenageada em moção pela Assembléia

"Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar."

Essa fala da irmã Dorothy Mãe Stang está no início da Moção de Pesar apresentada pelo deputado Ságuas Moraes (PT) na Assembléia Legislativa. A homenagem foi endereçada às Comissões Pastorais da Terra de Mato Grosso e do Pará e também aos familiares da freira assassinada em 12 de fevereiro, no Pará.

“Não poderíamos deixar de fazer essa homenagem a esta mulher de 73 anos que tanto fez pelos nossos irmãos brasileiros menos favorecidos e, que, vítima da ganância, foi assassinada covardemente”, lamentou Ságuas.

A irmã Dorothy Mae Stang nasceu em Dayton, Ohio, em 7 de junho de 1931. Ela pertencia às Irmãs de Nossa Senhora de Namur, congregação religiosa fundada em 1804 por Santa Julie Billiarte e Françoie Blin de Bourdon. Esta congregação católica internacional reúne mais de duas mil mulheres que realizam trabalho pastoral nos cinco continentes. A irmão ingressou na vida religiosa em 1948 e fez votos perpétuos de pobreza, castidade e obediência em 1956.

A obra social da irmã Dorothy no Brasil teve início em 1966, em Coroatá, no Maranhão.

Irmã Dorothy estava na Amazônia desde a década de setenta. Sua principal missão era ajudar os trabalhadores rurais a buscar alternativas de renda a partir de projetos de reflorestamento em áreas degradadas. Também era muito forte na irmã a luta para diminuir os conflitos fundiários na região.

Respaldando o posicionamento da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, o deputado Ságuas Moraes também acredita que sacrifício da vida de Irmã Dorothy não será em vão. “A luta dessa americana de alma brasileira foi encerrada com muito sofrimento, mas, com certeza, servirá de força para os que devotam amor e esperança aos excluídos do Brasil, alimentará a certeza de dias melhores e mais felizes baseadas na justiça e o respeito aos Direitos Humanos”, concluiu Ságuas.