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Saúde
Quinta - 24 de Fevereiro de 2005 às 10:43
Por: JOANICE DE DEUS

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Uma reunião interinstitucional realizada na terça-feira (22.02) entre a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (Ses), a Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fema) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) definiu ações a serem tomadas para conter a expansão do caramujo africano gigante no Estado. Para isso foi programada a realização de uma oficina de trabalho, no dia 17 de março, em Cuiabá, no auditório da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fema), a partir das 8 horas da manhã, para formar multiplicadores de informação sobre os riscos, medidas preventivas e de combate ao molusco.

Serão convidados representantes das áreas da Saúde, Educação, Meio Ambiente, Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), Serviços Urbanos da Capital e de Várzea Grande, além da Fema, Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e do Ibama. “Certas ações têm que serem integradas. No caso do combate ao caramujo africano nós não vamos obter o resultado desejado se fizermos ações separadamente”, comentou a coordenadora de Vigilância Ambiental da Saúde, Vera Lúcia Dias Lopes.

Uma das finalidades da oficina é treinar os participantes a identificarem o molusco corretamente. Para isso, exemplares do caramujo africano e do nativo serão levados para o local de realização da oficina para a diferenciação do caramujo africano dos nativos, que não devem ser exterminados. O caramujo africano tem padrão de cor amarelo-marrom e estrias ao longo da concha. Sua concha é maior do que a dos caramujos nativos e tem formato ligeiramente diferente da do habitante local. Está prevista a realização de oficinas também nos pólos de Barra do Garças, Sinop e Juína.

Ficou decidido que nos próximos dias, a Secretaria de Estado de Saúde encaminhará à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), vinculada ao Ministério da Saúde (MS), exemplares de caramujos africanos encontrados em 18 municípios de Mato Grosso para saber se há a ocorrência do verme angiostrongylus costaricensis.

O biólogo da Saúde, Aécio Moraes de Paula, lembrou que o caramujo africano é uma espécie exótica invasora. Atualmente, a maior preocupação em relação aos moluscos são as alterações que podem causar no ecossistema, uma vez que não possuem predadores naturais no Brasil. O animal ataca, destrói plantações e compete por espaços com outros moluscos da fauna nativa, podendo levá-los à extinção. E, se infectados com o parasita angiostrongylus costaricensis, podem causar doenças.

Os caramujos africanos são potenciais hospedeiros intermediários desses vermes, que são encontrados na gosma que os animais soltam, podendo transmitir doenças como Angiostrongilíase meningoencefálica humana e a Angiostrongilíase abdominal. Vera Lúcia ressaltou que “de todos os caramujos africanos capturados no Brasil para análise, não foi encontrado nenhum relato sobre a prevalência desses parasitas capazes de transmitir doenças”.

A Vigilância Ambiental da Saúde recomenda que os moradores de locais onde for detectada a presença de caramujos gigantes africanos reforcem as medidas de segurança que normalmente são tomadas no manuseio de alimentos como: lavar bem as verduras e deixá-las de molho em solução de água sanitária ou vinagre. Também se recomenda que pessoas não tenham contato com esses animais.

Uma outra medida tomada pela Saúde foi notificar os municípios mato-grossenses sobre a existência do molusco e como combatê-lo. No Estado, existem 16 Escritórios Regionais de Saúde (ERS), que foram orientados a repassarem à população as medidas preventivas e orientações sobre as técnicas adequadas de eliminação do caramujo. Entre os municípios onde o caramujo africano foi confirmado pela Saúde estão: Água Boa, Alta Floresta, Alto Garças, Araputanga, Barra do Garças, Campo Novo dos Parecis, Chapada dos Guimarães, Colíder, Cuiabá, Guarantã do Norte, Nova Canaã do Norte, Novo Horizonte do Norte, Pontal do Araguaia, São José do Rio Claro, Tangará da Serra e Várzea Grande.

Além da coordenadora de Vigilância Ambiental da Saúde, Vera Lúcia, do biólogo Aécio Moraes de Paula, estiveram presentes na reunião o responsável pelo Núcleo de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama, o analista ambiental César Esteves Soares, a técnica de Educação Ambiental, Jane Aparecida Macedo, e a técnica de Recursos Hídricos, Gabriela Priente, ambas da Fema.





Fonte: Assessoria/Ses-MT

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