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Economia
Quinta - 24 de Fevereiro de 2005 às 09:10
Por: João Caminoto

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Londres - A China pode acelerar seus esforços para regulamentar suas crescentes importações de minério de ferro usado para abastecer sua indústria de aço após os acordos fechados entre produtores brasileiros e japoneses que prevêem um aumento de 72% no preço da commodity, informou hoje o Financial Times. O acordo, considerado benchmark (referência), entre a Companhia Vale do Rio Doce e siderúrgicas do Japão sinaliza para um aumento ainda maior nos preços do minério de ferro australiano, pois o custo do transporte da commodity dos mercados do Pacífico para a Ásia é menor do que da América do Sul.

Segundo o diário britânico, o governo chinês começou a discutir informalmente a possibilidade de adotar quotas de importação de minério de ferro como uma forma de controlar o crescimento da indústria do aço, embora ainda não tenha divulgado detalhes desse plano. Analistas e executivos do setor baseados em Beijing afirmaram ontem que a mais recente rodada de alta nos preços poderia estimular uma reavaliação desse plano pelo governo chinês. A China foi responsável por mais de 25% da produção mundial de aço no ano passado e é o maior consumidor e importador mundial de minério de ferro.

O preço do carvão para coque, que também é usado para fabricar aço, também dobrou. Em ambos os casos, a demanda chinesa tem sido a principal causa para as altas. Mas, segundo o FT, as empresas chinesas não participaram das negociações dos preços dessas matérias primas, o que fez com que elas se tornassem recipientes passivos dos aumentos dos custos.

Isso ocorre em parte por causa da tradicional estrutura das negociações de minério de ferro, na qual as mineradoras brasileiras negociam com os fabricantes de aço europeus, e os australianos com o japoneses. "Apesar do majoritário controle estatal da indústria do aço chinês, os produtores locais não têm sido capazes de desenvolver qualquer estratégia coerente para tentar elevar seu poder de mercado para obter um preço melhor", disse o FT.




Fonte: Agência Estado

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