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Internacional
Segunda - 21 de Fevereiro de 2005 às 13:00

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O Afeganistão poderia se ver novamente mergulhado no caos se não se for possível satisfazer as necessidades básicas da população e se não houver um maior controle sobre a ajuda internacional, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Em seu primeiro Relatório sobre o Desenvolvimento Humano do Afeganistão, divulgado nesta segunda-feira em Genebra, o organismo assinala que se esses problemas não forem resolvidos, o país "se desmoronará e se converterá em um Estado inseguro e em uma ameaça para seus habitantes e para a comunidade internacional".

Nesse sentido, ressalta que a assistência internacional ocorre em um "panorama altamente político", o que "pode exacerbar o conflito e a concorrência (entre os potenciais beneficiários) a menos que se adotem medidas de distribuição igualitária e contra a corrupção".

O Pnud adverte também que a ajuda de emergência pode "prolongar a dependência e distorcer o mercado" nesse país asiático afetado por três décadas de guerra.

O Afeganistão ocupa o posto 173 das 178 nações incluídas no índice de desenvolvimento humano do Pnud de 2004, apenas na frente de alguns países subsaarianos, com uma expectativa de vida de 44,5 anos, ou seja, 20 anos menos que a de seus vizinhos.

No plano econômico, o Pnud assinala que, desde a queda do regime talibã, o Produto Interno Bruto (PIB), excluindo as drogas, registrou uma importante progressão e deverá aumentar entre 10% e 12% por ano durante a próxima década. A melhora, no entanto, "não contribuiu realmente para atenuar as desigualdades por razões de renda, sexo e geografia", afirma.

Por outro lado, as crianças afegãs têm agora maior acesso à educação - 54% estavam matriculadas no ensino fundamental em 2004 -, mas o país tem uma elevada taxa de analfabetismo de adultos, o equivalente a 28,7% da população.

Sobre a produção de droga, um dos maiores males do país, o Pnud considera provável que "a produção ilícita de ópio tenha chegado a um limite, em momentos em que cada vez mais líderes religiosos locais ordenam aos agricultores que o substituam por cultivos legais". A economia do ópio representa 38,2% do PIB oficial do Afeganistão, o primeiro produtor mundial de narcóticos ilegais.

Na seção dedicada a mulheres e crianças, o relatório destaca a abertura de "mais escolas e espaços para mulheres", assim como o acesso que estas ganharam aos meios de comunicação.

No entanto, adverte que "as mentalidades tradicionais continuam freando o avanço das mulheres", que seguem sendo em grande medida vítimas da "exclusão da vida pública, violência e casamentos forçados".





Fonte: EFE

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