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Agronegócios
Sexta - 16 de Novembro de 2012 às 10:23

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Os produtores rurais de Mato Grosso não estão conseguindo acessar o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) por falta de recursos. No Estado existem R$ 175 milhões em cartas consultas aprovadas, mas que não chegam até os pecuaristas que pretendem fazer investimentos em suas propriedades. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) alerta para o risco de se perderem os prazos para a aplicação desses investimentos e com isso comprometer a produtividade em 2013.

Os recursos do FCO Rural são provenientes do Imposto de Renda recolhido no Estado e dos pagamentos feitos em referência a empréstimos anteriores. Como a definição do volume de recursos disponibilizados são feitos um ano antes, a ampliação deste montante não é viável. De acordo com o Gerente de Negócios - Mercado Agro do Banco do Brasil, Brasiliano Brasil Borges, a instituição já ultrapassou em R$ 135 milhões os recursos orçados para 2012, que era de R$ 665 milhões e foram contratados R$ 800 milhões. Os demais R$ 175 milhões já aprovados, segundo Brasil Borges, não poderão ser disponibilizados este ano.

"O Governo Federal sinalizou que não tem como aumentar o aporte, pois se trata de um Fundo Constitucional, ou seja, tem o orçamento previsto e não pode ser alterado. O que estamos pleiteando é uma verba proveniente de outra fonte para atender a demanda".

Luciano Vacari, superintendente da Acrimat, destaca que o governo Federal e o Banco do Brasil anunciam linhas de financiamento e depois não conseguem honrar. "Se não há recursos, eles precisam parar de "vender" o crédito. Atraem os produtores para agências com a promessa de empréstimos e depois não concretizam os contratos".

Pecuarista na região de Pontes e Lacerda (a 450 km da Capital), Luciomar Machado corre o risco de atrasar o projeto de reforma de pastagem em sua propriedade por falta de recursos. Sua carta consulta foi aprovada para recuperação de 1 mil hectares, porém o Banco do Brasil se recusa avaliar o projeto. "Vou ter que tocar o projeto com recursos próprios para não passar o tempo certo de recuperar. Preciso aproveitar o período de chuvas, não posso esperar a liberação só no que vem", afirma ao salientar que o produtor que não tiver condições de fazer o desembolso próprio perderá um ano.

Para o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, os impactos para a pecuária são graves, uma vez que os investimentos precisam ser feitos no momento exato, de acordo com as chuvas e demais condições do tempo. "Não adianta liberar recursos ano que vem para aqueles que possuem necessidade agora. A falta de investimentos trará prejuízos para a pecuária em 2013 e poderá comprometer a produção de carne".

O gerente do Banco do Brasil, Brasiliano Borges afirma que estão negociando a liberação de recursos de outras fontes, como o Manual de Crédito Rural (MCR), mas que os juros são maiores, fixados na casa dos 5%. No FCO Rural a alíquota pratica varia entre 2,5% e 3% ao ano. "Neste momento vamos tentar, mas não há como garantir a liberação deste recurso. O que podemos afirmar que as cartas consultas aprovadas este ano terão prioridade a partir de janeiro do ano que vem". Entretanto, de acordo com Vacari, janeiro poderá ser tarde demais para pecuária.

Além disso, o secretário adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Luiz Carlos Alécio destaca que se for contabilizado os recursos que deixarão de ser disponibilizados até dezembro, o desabastecimento será da ordem de R$ 300 milhões. "Teremos que encontrar uma alternativa. Estamos em pleno período de recuperação de pastagem, quando é feita a calagem do solo e as sementes brotam. Não podemos deixar passar". (Ascom Acrimat)





Fonte: Terra

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