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Cidades/Geral
Domingo - 13 de Fevereiro de 2005 às 12:11

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Romper barreiras culturais, financeiras ou emocionais. "Largar do marido" parece atitude simples na boca de terceiros, mas, para quem está vivenciando o problema, sabe que ele envolve sentimentos contraditórios. "A mulher aprende desde cedo que precisa ser submissa, acatar a decisão masculina. Aprende que apanhar é normal vendo a própria mãe e a avó apanharem dos maridos", explica a psicóloga Priscila Batistuta Nóbrega, do Núcleo de Assistência Psicossocial Forense (NUPS) de Cuiabá.

Bater na mulher é uma questão cultural. Até bem pouco tempo, o poder judiciário via a mulher como uma propriedade masculina. Quem nunca ouviu dizer que um homem devolveu a filha aos pais porque descobriu que ela não era mais virgem? Para a mulher, criada também nesse ambiente equivocado, tornou-se inevitável acreditar na sua submissão à figura masculina que representa "proteção".

"Primeiro o homem tenta controlar, por ciúme excessivo. Vigia todos os passos da mulher, de forma direta ou indireta. Ela acha que é prova de amor e deixa ele seguir em frente, o que é um erro". Na seqüência, o agressor humilha, e ainda deixa a vítima se sentindo culpada. Apesar de ainda não ter batido, o homem nessa fase já está praticando a violência psicológica, que mina a auto-estima da mulher, deixando-a mais "dócil" às surras. Em um segundo momento, começam os empurrões e os tapas leves, seguidos de pedidos de desculpas chorosos e juras de amor. Por fim, o homem perde completamente o respeito pela mulher. Ameaça de morte, espanca e mata mesmo, em alguns casos.




Fonte: A Gazeta

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