Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Sexta - 17 de Dezembro de 2004 às 09:57

    Imprimir


O PSDB já tem em mãos um relatório com o qual pretende dar sua própria versão sobre os fatos investigados pela CPI do Banestado e que, no entendimento dos tucanos, foram distorcidos ou omitidos nas conclusões da apuração comandada pelo relator da comissão, deputado José Mentor (PT-SP).

No relatório que apresentou anteontem, Mentor propõe o indiciamento de 91 pessoas, entre as quais o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, acusado de facilitar evasão de divisas, e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, por sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Apoios

Constará do documento produzido pelos tucanos --e com o qual eles querem conquistar o apoio da oposição contra Mentor-- uma análise mais aprofundada sobre operações financeiras atribuídas ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e ao ex-presidente do Banco do Brasil Cassio Casseb.

No relatório de Mentor, essas movimentações foram consideradas regulares.

A comissão, no entanto, não se debruçou sobre operações financeiras intermediadas pelo MTB, banco investigado por lavagem de dinheiro e pelo qual passaram operações atribuídas a Meirelles e Casseb.

Reação

Anteontem, os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Jefferson Peres (PDT-AM) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT), presidente da comissão, entregaram ao procurador-geral da República, Claudio Fonteles, 30 caixas com documentos reunidos pela comissão e cuja análise não teria sido incluída no relatório de Mentor. O conjunto inclui as operações do MTB.

"Não tocamos no assunto [do relatório] com o procurador-geral. Trataremos disso na próxima terça-feira", afirmou Simon, em referência à data prevista para a votação do documento apresentado por Mentor e das emendas que devem ser propostas pelos integrantes da CPI.

Contra Gustavo Franco deverá constar do relatório paralelo uma acusação mais branda que o crime de evasão: improbidade administrativa, por ter sido a autoridade responsável pela concessão de autorização a cinco bancos de Foz do Iguaçu para operarem contas CC5 em condições diferentes do mercado, o que teria facilitado a fuga de capitais.

Mais nomes

Poupado do relatório de Mentor, sob o argumento de que não houve tempo para aprofundar as investigações, o ex-prefeito Paulo Maluf é nome certo no documento elaborado pela oposição.

Maluf nunca foi ouvido pela CPI. A troca pela proteção seria um acordo político para facilitar a reeleição da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT). Mentor nega a existência do acordo.

O deputado Luiz Antonio Fleury Filho (PTB-SP) também foi investigado pela CPI. Conforme o relatório de Mentor, não se confirmaram denúncias de movimentações no exterior atribuídas ao parlamentar.

Dúvida ainda é a inclusão de operações do senador Ney Suassuna (PMDB-PB), a quem são atribuídas movimentações por meio do MTB. Colocá-lo no relatório reforçaria um pretenso perfil técnico. Mas dificulta o apoio do PMDB à estratégia tucana de se contrapor ao relator.





Fonte: Folha do Estado

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/364036/visualizar/